Portugal lidera projeto para reduzir poluição no Atlântico

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Camuflagem da Almirante Essen

Navio Almirante Essen da Marinha da Rússia

Portugal está a liderar um projeto para a criação de uma área de controlo de emissões poluentes no oceano Atlântico. É uma proposta que visa reduzir drasticamente a poluição do ar provocada pelos navios, até 2030.

A adoção de uma área de controlo de emissões poluentes no Atlântico Norte levaria, até 2030, a um corte significativo das emissões, entre 46% e 85%, na zona marítima portuguesa, até 2023.

A conclusão é de um estudo do Conselho Internacional para o Transporte Limpo, divulgado esta quinta-feira pela associação ambientalista Zero.

Sob a coordenação de Portugal, através da Direção-Geral de Recursos Marinhos (DGRM), administrações marítimas dos Estados costeiros do Atlântico iniciaram no final de 2022 discussões preliminares sobre a potencial viabilidade de designar uma área de controlo de emissões nas suas águas.

Segundo a DGRM, uma área de controlo de emissões poluentes no Atlântico, ligar as áreas de controlo de emissões no mar Báltico, mar do Norte e canal da Mancha com a do mar Mediterrâneo, “constituirá um passo fundamental no combate à poluição do ar proveniente do transporte marítimo internacional”.

O estudo do Conselho Internacional para o Transporte Limpo conclui que a designação de uma área de controlo de emissões no Atlântico Norte “poderá levar a reduções significativas de emissões de poluentes”, na ordem dos 36% para carbono negro, 64% para partículas finas e 82% para óxidos de enxofre em 2030.

No caso dde Portugal, a redução seria ainda maior: de 46% para carbono negro, 68% para partículas finas e 85% para óxidos de enxofre.

Atualmente, existem já cinco áreas de controlo de emissões designadas pela Organização Marítima Internacional (OMI), com restrições para as embarcações, em relação aos combustíveis utilizados.

À Antena 1, Francisco Ferreira, da Zero, enaltece a necessidade de criação desta área de controlo de emissões no Atlântico Norte: “A OMI desde há anos que tem permitido que em várias zonas do globo sejam definidas áreas de controlo, onde os navios que lá circulam têm de usar combustível muito menos poluente e com mecanismos de reduzir essa poluição“.

A ser criada, a área de controlo de emissões do Atlântico Norte “imporia regulamentações mais rigorosas destinadas a reduzir as emissões para a atmosfera de óxidos de enxofre, partículas finas e óxidos de azoto”, poluentes que “representam riscos substanciais para a saúde”, causando nomeadamente doenças respiratórias e cardiovasculares e aumento da mortalidade, assinala a Zero.

Um estudo de 2019 do Conselho Internacional para o Transporte Limpo, citado pela associação ambientalista, estimou que o setor dos transportes contribuiu para 385 mil mortes no mundo em 2015, com aproximadamente 15% das mortes a serem atribuídas aos transportes marítimos.

ZAP // Lusa

1 Comment

  1. óxidos de enxofre é umas das coisas que tem mantido as temperaturas dos oceanos estáveis…. Se vão reduzir as suas emissões vão ter que viver com um aumento de tempestades tropicais e morte de vida marinha.

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