“Os outros países olham para nós como um bom país”: Portugal quer jovens trabalhadores

Paulo Cunha/Lusa

Portugal vê na pandemia uma oportunidade para atrair mais jovens para o mercado local e melhorar a situação de trabalhadores que não têm todos os direitos laborais.

Na ONU, ministra da pasta, Ana Mendes Godinho, falou da recém adotada agenda do trabalho digno e de valorização do grupo e contou que país está de portas abertas para profissionais internacionais incluindo dos países lusófonos.

Com a pandemia, o mundo tem adotado novas formas de trabalho. Portugal vê o momento de recuperação como oportunidade para atrair mais jovens para o mercado local e melhorar a situação de trabalhadores que não têm todos os direitos laborais.

Numa entrevista à ONU News, em Nova Iorque, no início deste mês, a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, defendeu um maior investimento social que promova o crescimento, combata as desigualdades e mantenha um ambiente pacífico no pós-Covid.

Contrato

“Durante a pandemia, também ficou evidente que houve grupos muito mais afetados do que outros, nomeadamente no mercado de trabalho. O exemplo das mulheres, que foram as principais afetadas durante a crise, também os jovens, porque muitos deles têm contrato de trabalho precário e foram os primeiros a ser dispensados do mercado trabalho”.

Um acordo sobre rendimentos e acesso à competitividade nos próximos quatro anos foi assinado por representantes do governo, do setor empresarial e dos sindicatos em Portugal.

A ministra disse que a base do entendimento foram questões como aumentos salariais e outros estímulos para que as novas gerações migrem para o mercado de trabalho português.

Este mês marca a adoção pelo Parlamento da Agenda do Trabalho Digno e de Valorização dos Jovens no Mercado de Trabalho.

Ana Mendes Godinho explicou como a lei pretende melhorar as condições laborais e a combinação entre a vida pessoal, familiar e profissional.

“É exatamente um instrumento que procura combater a precariedade no mercado de trabalho nos jovens, valorizar os salários e, acima de tudo, também promover aqui as novas formas de trabalho, posicionando Portugal como um país que é aberto ao mundo, isso é histórico. Mas também um país que se posiciona nas novas formas de trabalho, como uma condição crítica de atrairmos a população.”

Precariedade

A lei de reforma laboral prevê maior proteção dos trabalhadores enfatizando os jovens, o combate à precariedade e as mudanças sobre licenças maternas e paternas e trabalho temporário.

A representante enfatizou ainda que Portugal aposta na facilitação da integração de estrangeiros com aprendizagem mais rápida da língua.

Várias nacionalidades estão a olhar para Portugal como um bom país para realizarem o seu talento. Também a pandemia mudou muito a perspectiva das pessoas de como olham para os países onde decidem viver. O facto de se poder trabalhar de qualquer sítio do mundo para qualquer sítio do mundo também abriu aqui várias novas formas de trabalho. Por exemplo, Portugal criou um espaço para cada vez mais trabalhar nómadas digitais ou trabalhadores remotos que acabam por trabalhar para qualquer sítio do mundo com a qualidade de vida que Portugal tem. Nomeadamente associado ao clima, a ser um país seguro, pacífico e de boa integração. Temos nacionalidades de vários países.”

Para Ana Mendes Godinho, o acordo de mobilidade nos países de língua portuguesa facilita o acesso de mão de obra dessas nações ao território português.

A ministra discursou na 61ª Comissão das Nações Unidas para o Desenvolvimento Social que encerrou nesta quarta-feira.

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