A febre do “ouro verde”. Portugal pode tornar-se o hub europeu de canábis medicinal

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Com cada vez mais interessados em investir em território nacional, Portugal está em vias de se tornar o hub europeu de produção e exportação de canábis medicinal.

Portugal é reconhecido como um bom país para a produção de canábis medicinal. O clima temperado é um dos principais fatores, aliado aos baixos custos com terreno e mão-de-obra. Graças ao esforço de várias empresas, Portugal pode tornar-se o hub europeu de canábis medicinal.

Esta transição não é espontânea. Atualmente, Portugal já é um grande produtor e exportador de canábis medicinal, denota o semanário NOVO.

Desde 1 de fevereiro de 2019, é possível cultivar a exportar canábis em Portugal. Só nos primeiros dois meses de 2022, Portugal já tinha exportado 10 toneladas de canábis. Em 2021, tinham sido exportadas cerca de 30 toneladas de canábis medicinal, o que foi quase 600% mais do que as 4,5 toneladas de 2020.

Segundo o Infarmed, que regula a atividade deste mercado emergente, encontram-se licenciadas 18 empresas. No entanto, há ainda 99 pedidos, dos quais “nove encontram-se em análise, dez aguardam resposta a pedidos de elementos por parte das entidades requerentes e 80 esperam o pedido de vistoria às instalações”.

A canadiana Tilray, um dos líderes mundiais da produção de canábis medicinal, foi a primeira empresa a instalar-se em Portugal, com uma unidade em Cantanhede, no distrito de Coimbra. Mas há outras empresas nas zonas do Alentejo, do Algarve e da região de Lisboa e Vale do Tejo.

Israel e Canadá são os principais destinos das exportações portuguesas de canábis, mas as vendas para Austrália, França, Reino Unido e EUA também estão a crescer.

No ano passado, o empresário de 60 anos, Fernando Ivo Peralta, anunciou que decidiu abrir uma fábrica de canábis nas Caldas da Rainha. A “Aldeia Cannabis” representa um investimento de 20 milhões de euros e será a maior fábrica de canábis da Europa.

A empresa tem autorização do Infarmed e já tem encomendas para os primeiros seis meses.

Em Abril, a empresa canadiana Holigen, que detinha uma propriedade indoor de canábis com cerca de 7.600 metros quadrados em Sintra e uma instalação com perto de 40 hectares em Aljustrel, foi comprada pela Akanda, sediada no Reino Unido.

“Portugal é uma das principais jurisdições da União Europeia para acolher negócios de canábis, com um governo voltado para o futuro, além de ter um regulador que dá respostas aos problemas”, disse o CEO da Akanda ao NOVO, salientando o facto de Portugal estar a debater a legalização da canábis recreativa para uso adulto.

“Portugal posicionou-se para ser um centro de excelência na Europa”, atirou Tej Virk.

No primeiro trimestre deste ano, a Holigen colheu cerca de 300 quilos de canábis medicinal, mas as estimativas apontam para uma produção anual de mais de duas toneladas de canábis, salienta o semanário.

A revista Forbes chama-lhe “ouro verde” e realça que é um negócio que está a atrair investidores de todo o mundo a Portugal. “É um tesouro que nos próximos anos pode ascender a 500 milhões de euros”, escreve a revista.

Segundo um relatório da The Green Hub, o mercado global de canábis legal deve chegar a 55,3 mil milhões de dólares em 2024.

Daniel Costa, ZAP //

3 Comments

  1. No meio da medicinal, lá vai da outra… e assim se abre a porta ao negocio da venda de drogas ilícitas de forma legal 😉

  2. Pelos vistos somos um país dito e feito para estas coisas um pouco obscuras! Por alguma razão engraçam connosco para estes serviços!

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