Portugal exportou quase 30 toneladas de canábis em 2021, o que é quase 600% mais do que em 2020. Números que indiciam as condições favoráveis que as empresas que se dedicam ao cultivo da canábis medicinal encontram no nosso país.
Só nos primeiros dois meses de 2022, Portugal já exportou 10 toneladas de canábis, um dado que faz prever um novo recorde nas vendas para o estrangeiro deste produto para fins medicinais, conforme os números do Infarmed citados pelo Jornal de Notícias (JN).
Em 2021, foram exportadas cerca de 30 toneladas de canábis medicinal, o que foi quase 600% mais do que as 4,5 toneladas de 2020, ainda de acordo com as mesmas fontes.
Quase toda a canábis medicinal que é produzida em Portugal é exportada e, nos últimos anos, têm crescido as empresas que se dedicam a este negócio a instalar-se no nosso país. O clima é uma das condições favoráveis que os leva a tomar esta decisão.
“Na Grécia a electricidade é muito cara, em Itália há negócios com os quais não te queres envolver. Espanha e Portugal são os melhores países para cultivar, em estufas ou ao ar livre”, aponta, em declarações ao JN, o director-executivo da Syntomax, empresa que se dedica ao cultivo de canábis medicinal em Portugal.
A canadiana Tilray, um dos líderes mundiais da produção de canábis medicinal, foi a primeira empresa a instalar-se em Portugal, com uma unidade em Cantanhede, no distrito de Coimbra, depois de ter sido aprovada a lei que autoriza o cultivo e a exportação deste produto em Fevereiro de 2019.
Mas há outras empresas nas zonas do Alentejo, do Algarve e da região de Lisboa e Vale do Tejo.
Quando a lei foi aprovada, o ex-presidente do Infarmed, Eurico Castro Alves, chegou a dizer numa entrevista que, “em poucos anos, a canábis medicinal vai notar-se no PIB português“.
Israel e Canadá são os principais destinos das exportações portuguesas de canábis, mas as vendas para Austrália, França, Reino Unido e EUA também estão a crescer.