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Portugal “cúmplice da guerra”? EUA usou Base das Lajes, Governo sob fogo

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ANTONIO ARAUJO/EPA

Aviões de reabastecimento dos EUA estão estacionados na Base Aérea das Lajes, na Praia da Vitória, Ilha Terceira, Açores, esta sexta-feira.

PS, PCP e Livre pediram esclarecimentos sobre movimento “pouco comum” nos Açores, horas antes do ataque norte-americano a instalações nucleares do Irão, esta madrugada.

A guerra entre Israel e o Irão ganhou um novo interveniente direto esta madrugada, e um grande. Os Estados Unidos atacaram de surpresa três centrais nucleares iranianas.

Os bombardeiros B-2, vistos este sábado a sair dos EUA em direção a Guam, foram usados nos ataques. E por cá, na Base das Lajes, nos Açores, os EUA também aumentam a sua presença militar: 20 aviões militares, usados para abastecer os caças bombardeiros usados esta madrugada, encontram-se estacionados no arquipélago.

O PS pediu horas antes do ataque que o Governo esclarecesse esta presença pouco comum na base açoriana da NATO.

“Aquilo que o PS quer saber, é se o Governo português tem conhecimento desse movimento, se foi notificado pelas autoridades americanas desse mesmo movimento, e se tenciona, como foi sempre da praxe, dar conhecimento quer aos maiores partidos políticos, a nível nacional, naturalmente, quer à própria população sobre a razão e a causa deste mesmo movimento”, sustentou Francisco César, deputado e líder do PS/Açores, em declarações à agência Lusa.

Francisco César disse ter conhecimento de 18 aeronaves deste tipo no arquipélago, 12 estacionadas naquela infraestrutura e mais seis em permanência no ar, cuja presença “é conhecida por toda a população” devido ao movimento constante.

Questionada sobre a presença destas aeronaves nas Lajes, fonte do Departamento de Defesa dos EUA disse apenas que “o Comando Europeu dos EUA acolhe habitualmente aviões militares (e pessoal) dos EUA em regime transitório, em conformidade com acordos de acesso a bases e sobrevoo com aliados e parceiros”.

“Para além disso, não temos mais nada a partilhar”, acrescentou.

“Perante os aviões norte-americanos que se estão a instalar na Base das Lajes é bom que não se repita a triste figura que aconteceu aquando do Iraque”, defendeu o líder comunista, Paulo Raimundo, ao intervir numa sessão pública em Beja. O dirigente aludiu ao período da guerra do Iraque quando, alegou, que Portugal e em concreto a Base das Lajes acolheram “a reunião da vergonha, a reunião da mentira, a reunião da hipocrisia [que]teve como consequência milhões de mortos”.

No sábado, em comunicado, o PCP exigiu ao Governo português um “pronto e urgente esclarecimento” sobre a utilização da Base Aérea das Lajes, nos Açores, pela Força Aérea norte-americana, rejeitando a sua eventual utilização “na escalada de agressão contra o Irão”.

“As notícias sobre a presença de aviões das forças armadas norte-americanas na Terceira, na região autónoma dos Açores, exigem um pronto e urgente esclarecimento por parte do Governo PSD/CDS“, lê-se no mesmo comunicado.

“O nosso país, o Governo de Portugal, não pode ficar mais uma vez com as mãos manchadas, não pode ser mais uma vez cúmplice da guerra, da morte e da destruição. Do nosso país não, do nosso país não, não e não”, enfatizou.

Os aviões militares dos Estados Unidos da América “vão levantar voo de onde quiserem, do nosso país não, para a guerra não”, continuou o líder do PCP: “Tudo para a paz, tudo para a solidariedade, tudo para a cooperação, para isso venham os aviões todos”.

“Para as bombas, para a guerra e para a morte, façam meia-volta e voltem para a sua terra, esses sim voltem de uma vez por todas para a sua terra”, afirmou.

Também o Livre pretende saber se o executivo nacional foi “informado antecipadamente” dos ataques dos EUA ao Irão e que posição pretende tomar relativamente a estes ataques, “tanto a nível nacional como junto dos parceiros europeus”.

“Considera o Governo que estes ataques respeitam o Direito Internacional, designadamente com a Carta das Nações Unidas? Caso não considere, o que pretende o Governo fazer junto da ONU para condenar estes ataques?”, lê-se em documento assinado pela líder parlamentar, Isabel Mendes Lopes.

O Livre quer ainda saber que medidas é que foram ou serão adotadas para garantir que o território nacional, “em particular a Base das Lajes, e incluindo o espaço aéreo português, não são, direta ou indiretamente, utilizados para facilitar ações contrárias ao Direito Internacional”.

ZAP // Lusa

3 Comments

    • É, a palhaçada de há 50 Anos da Familia SOcialista / Marxista.
      Nós temso de nos livrar dessa gentalha, custe o que custar.

  1. A lengalenga do pateta comunista. Quanto mais ladra menos votos tem. Se fossem aviões russos, nas Lages, este patego até batia as palmas das mãos de contente.

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