Portugal na pior posição de sempre no Índice de Desempenho das Alterações Climáticas

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Portugal caiu oito lugares no Índice de Desempenho das Alterações Climáticas (CCPI), com o desempenho do país a descer em quase todas as categorias, segundo o “Índice 2020” divulgado esta terça-feira.

Com a pior posição de sempre, Portugal está agora no 25.º lugar, o que corresponde a um desempenho médio (era de desempenho alto em 2018), destacando-se apenas, pela positiva, em relação às políticas climáticas.

O Índice CCPI 2020 (Climate Change Performance Índex) é divulgado, esta terça-feira, em Madrid, no âmbito da Cimeira do Clima (COP25), que decorre até sexta-feira.

Na categoria de emissões com gases com efeito de estufa, Portugal tem uma classificação muito baixa especialmente pelo aumento das emissões entre 2012 e 2017 (no ano passado reduziu 9% as emissões de dióxido de carbono, a maior redução da União Europeia).

“O fim da crise económica refletiu-se no aumento do uso e das emissões de energia, e especialmente os efeitos das alterações climáticas amplificando as secas, são as principais causas para a queda no ranking”, refere o documento.

Nele lembra-se também os grandes incêndios de 2017, e diz-se que devido às secas o país não pode recorrer à energia hidroelétrica da mesma forma e, ao contrário, teve de usar os combustíveis fósseis, o que justifica a baixa classificação na categoria das energias renováveis e uso de energia.

“Especialistas nacionais criticam que apesar da implementação de um imposto sobre o carbono e combustíveis fósseis em 2018, o Governo continuou a dar benefícios fiscais de 2,3 milhões de euros para o carvão, em 2018″, diz-se no documento.

E acrescenta que as avaliações de especialistas nacionais também salientam desenvolvimentos positivos na política nacional sobre o clima, e que reconhecem o compromisso com a meta da neutralidade carbónica em 2050, bem como o fim antecipado das centrais a carvão.

“O ambiente geral ambicioso e o bem classificado desempenho nacional em políticas ambientais também se traduz a nível internacional. Especialistas elogiam Portugal por defender uma ação climática ambiciosa, como recentemente no contexto do aumento da ambição para 2030 e 2050 a nível da União Europeia. Pela sua política climática internacional o país é classificado muito alto”, diz também o documento.

O Índice avalia e compara o desempenho e a política climática de 57 países e da UE, que são responsáveis por mais de 90% das emissões globais de gases de efeito estufa.

O CCPI é da responsabilidade da Rede Internacional de Ação Climática, da organização não-governamental de ambiente Germanwatch e do NewClimate Institute. Destina-se a aumentar a transparência do desempenho e das políticas climáticas internacionais.

A nível global o documento coloca a Suécia a liderar, no quarto lugar (os três primeiros não são atribuídos porque os responsáveis do CCPI consideram que nenhum país os merece), seguida da Dinamarca, que subiu dez posições, e de Marrocos, que fica em sexto lugar.

Os Estados Unidos aparecem como o país com pior desempenho, seguido no final da lista pela Arábia Saudita e pela Austrália. A China, o país com mais emissões do mundo, subiu três posições e está no 30.º lugar.

// Lusa

3 Comments

  1. Mas o nosso ministro do ambiente anda por aí a elogiar as medidas ecológicas do governo como bom vendedor de banha da cobra. Claro que todos notámos o “esquecimento” de qualquer referência ao aeroporto do Montijo. E ainda estou para ver como vão encerrar as centrais a carvão!

  2. Perguntem ao nosso primeiro-ministro e ele, ardilosamente, desmentirá esta notícia. Em 2030, 2040, 2050 seremos autosuficien….., seremos, vamos alcançar, etc. Ele merece 20 valores na capacidade de convencer muitos portugueses mas, malditos aqueles que não se deixam iludir. Portugal é o campeão disto, daquilo e dacoloutro. Viva Portugal!

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