Política de não-investimento em relação ao elemento pode ser “suicida”. Portugal corre o risco de se tornar na “Disneylândia do lítio” — um local onde pode ficar a ver, mas não pode fazer nada.
O lítio é encarado como “o futuro” de Portugal, mas onde há oportunidades, também há desafios. Vital para a indústria moderna, especialmente para as baterias de veículos elétricos, o elemento coloca o país numa encruzilhada entre o desenvolvimento económico e a preservação ambiental.
Portugal corre, no entanto, o risco de se tornar uma “Disneylândia do lítio”, onde pode ver mas não agir, diz o especialista em geologia e investigador da Universidade de Coimbra, Rui Pena Pires, em entrevista ao Jornal Económico esta sexta-feira.
“É óbvio que o processamento do lítio que é extraído vai acrescentar valor, tendo em conta o valor atual em bolsa. Permite transformar as nossas reservas num valor significativo após processamento, isto permite remunerar investimentos e fazer exportações”, começa por garantir o especialista.
No entanto, traz a analogia num contexto de preocupação com a política de não-investimento, que pode ser considerada economicamente suicida para o país, sublinhando os perigos que levam a eventos como o “desastre” do petróleo, uma iniciativa que nunca avançou.
“Estamos numa sociedade cheia de preconceitos e falsos temores, e o preconceito leva à ignorância e à pobreza”, começou por dizer.
“Cada vez que se quer investir na valorização dos recursos naturais existem oponentes”, acrescenta.
Atualmente, Portugal é o sétimo maior produtor de lítio entre oito países líderes, com reservas avaliadas em 60 mil toneladas, colocando-o como o maior detentor de reservas na Europa e nono no mundo.
Adicionalmente, o país possui recursos de lítio (ainda não disponíveis para exploração) estimados em 270 mil toneladas.
Com o mercado global de veículos elétricos em ascensão — com previsões de crescimento de 14 milhões de unidades vendidas em 2023 para 30 milhões em 2030 — o lítio assume neste cenário um papel fundamental, uma vez que é um componente essencial das baterias destes veículos.
Se por um lado Portugal tem a oportunidade de capitalizar um recurso valioso que pode impulsionar a economia nacional, por outro encontra o risco de impactos ambientais e sociais que acompanham a mineração e processamento de lítio… e um desafio político.
“Politicamente, está-se a dar demasiada importância às opiniões contrárias em vez de se valorizar o recurso”, avisa o especialista.
Convém lembrar que o lítio não é o Santo Graal das baterias. Já há alternativas, e surgirão ainda mais a médio prazo (baseadas em sódio. por exemplo).
Citando Rui Pena Pires: ““Cada vez que se quer investir na valorização dos recursos naturais existem oponentes”.
É natural, quando se ouve o Secretário Geral da ONU dizer que temos que acabar a economia extrativista, a bem do futuro do planeta. É tudo uma opção, caríssimo Rui. Não é pobreza de espírito nem ignorância. É OPÇÃO !!
Dá PENA que haja investigadores e professores universitários que não entendam isso, talvez por terem “vistas curtas” ou “interesses escondidos”.
Qual é o pais do mundo em que abundam recursos naturais e sua exploração se transforma em melhores condições de vida para os cidadãos? Assim de repente….
Ainda bem que os corruptos são tão incompetentes que nem conseguem viabilizar a exploração do lítio. Ganham os locais em manter a sua qualidade de vida e os nossos paraísos naturais.
Aposto que o professorzinho da materia mora bem longe de uma extração de lítio ou outra mina qualquer. Os outros que se amanhem! Fora!
Resposta nota 100! Lobistas da treta…