Há um porto português estratégico na mira do exército americano

O porto de Setúbal é o preferido dos norte-americanos na Europa Ocidental para o transporte de materiais militares entre a América e a Europa. Estão previstos vários carregamentos para 2024.

Pela primeira vez, um porto português foi utilizado para transportar material militar americano da Europa para os Estados Unidos. Esta operação inscreve-se na estratégia do Pentágono de diversificar as opções de transporte de equipamento militar entre os dois continentes.

Em dezembro, passou pelo porto de Setúbal uma carga de cerca de 500 peças de equipamento militar americano, que regressou aos Estados Unidos após estar na Estónia.

O equipamento transportado, incluindo veículos táticos e camiões, foi inicialmente deslocado para a Polónia, antes de ser utilizado na Estónia, no âmbito da Operação Atlantic Resolve, iniciada em 2014 após a anexação da Crimeia pela Rússia. Esta mobilização foi uma resposta à invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022 e um esforço para fortalecer a segurança dos membros da NATO.

Segundo a Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra (APSS), a carga consistia principalmente em veículos militares multiusos. A APSS revelou que estão previstos mais carregamentos para este ano, embora as datas ainda não estejam definidas, avança o Jornal de Negócios.

Esta operação marcou a primeira iniciativa do exército americano em usar o porto de Setúbal, escolhido pela sua eficiência logística e acesso ferroviário. A APSS destacou que o porto está totalmente equipado para lidar com cargas especiais, sem necessitar de medidas adicionais.

O valor do contrato para este transporte não foi divulgado, pois a operação foi gerida pelo concessionário do porto. O jornal militar americano “Stars and Stripes” reporta até que o porto de Setúbal é o mais ocidental usado pelo exército americano na Europa.

Este esforço reflete a estratégia dos EUA de aumentar o número de portos capazes de apoiar implantações militares, uma política que ganhou ímpeto após uma operação semelhante na Dinamarca em 2021.

ZAP //

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