Portas abertas à negociação com (quase) todos. “Não quero eleitorado do Chega”, assume Rio

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ppdpsd / Flickr

O presidente do PSD, Rui Rio

O líder do maior partido da oposição, Rui Rio, não hesita em fechar a porta ao Chega, mesmo que isso implique perder a hipótese de formar Governo.

A intenção de Rui Rio não é captar o voto do eleitorado do Chega. “Não quero o eleitorado do Chega porque o Chega teve um vírgula poucos por cento, é uma coisa mínima”, assegurou, em entrevista à CNN Portugal.

“Neste caso, quero é manter eleitorado do PSD no PSD e não fugir para a extrema direita”, acrescentou o líder social-democrata, que voltou a afastar um eventual acordo com o Chega recordando o seu passado antifascista para se demarcar.

“Comecei nisto [da política] ainda antes do 25 de Abril, contra o Estado Novo, que tem o trajeto que tem, ninguém pode ter medo que aceite o que quer que seja de qualquer partido, de qualquer interesse, contra aquilo que são os princípios fundamentais da liberdade, do Estado de Direito, da solidariedade, do respeito pelas minorias”, justificou.

A garantia foi dada: mesmo que seja a única forma de alcançar uma maioria de direita após as eleições legislativas, o PSD não aperta a mão ao Chega.

Aliás, quando questionado sobre se tem alguma simpatia por André Ventura e pelo partido, Rio foi perentório: “Não, não tenho.”

Na mesma entrevista, assumiu, pelo contrário, a disponibilidade do PSD para negociar um acordo de Governo caso não haja qualquer partido a alcançar uma maioria absoluta. “Todos devem estar disponíveis.”

“Ninguém está a dizer que é com o Partido Socialista. O que tenho dito é que, não havendo uma maioria absoluta, todos devem estar disponíveis para negociar“, esclareceu o líder laranja.

Recorde-se que, um dia antes, também em entrevista à CNN, António Costa afirmou que não iria negociar com o PSD acordos a dois anos, por considerar que o país precisa de uma solução de estabilidade a quatro anos.

O secretário-geral do PS considerou mesmo que ideia lançada por Rui Rio se traduz numa “proposta de quem não tem experiência da ação governativa”.

Rio respondeu esta terça-feira, no Twitter, garantindo que nunca propôs qualquer acordo a dois anos.

Nunca propus um acordo parlamentar por apenas 2 anos. Disse que devia ser de 4 e que se podia avaliar a meio. Aos 18 minutos da entrevista isso é claro. O Dr. António Costa e alguma comunicação social estão intencionalmente a distorcer o que eu disse”, escreveu na rede social.

Apesar de estar aberto a negociar, o presidente do PSD garantiu, porém, que “Bloco Central ninguém vai fazer“.

Se há virtude que eu tenha, é ser muito coerente. Se há defeito que eu tenha, é ser muito coerente”, sublinhou. “A minha área de especialidade não é a negociação. Vou para uma negociação com três ou quatro pontos que são estruturais, depois há mais 10 ou 20 que a gente pode negociar.”

Liliana Malainho, ZAP //

2 Comments

  1. Ah! o Rio é que é vaidoso e arrogante?!!! Não é o Costa, é o Rio?!!! A Elsa deve estar a ver mal a cena…!!! Vale muito mais o Rio em dignidade e coerência que o Costa que é um trafulha em quem não se pode acreditar nem confiar NUNCA…

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