Marcante e emocionante: polícias venezuelanos choram e deixam de travar manifestantes

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Manuel Diaz / EPA

Polícias travam manifestantes na Venezuela

Num dia que se esperava com muita violência e muitos detidos (e houve) na Venezuela, também se assistiu a uma cena bem diferente.

A partir do momento em que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela anunciou que o presidente Nicolás Maduro venceu as eleições, já se esperava confusão.

No dia seguinte, segunda-feira, milhares de venezuelanos foram para as ruas rejeitar os resultados divulgados pelo CNE.

O interior do país foi o primeiro palco dos protestos, houve estátuas de Hugo Chávez derrubadas, marchas, incêndios, destruição, gás lacrimogénio.

Maduro anunciou que dezenas de pessoas foram detidas nas últimas horas por envolvimento em acções “criminosas e terroristas”.

Uma organização não-governamental disse que uma pessoa morreu numa destas manifestações. E 46 pessoas estão detidas.

Polícias desistem

No meio de tantos confrontos entre manifestantes e polícias, um vídeo mostra um momento bem diferente.

O jornalista Eduardo Menoni publicou na noite passada (madrugada em Portugal) polícias a tirar o uniforme e a tirar o colete anti-bala, em frente a manifestantes. Desistiram de reprimir os compatriotas.

Uma das agentes até chora, enquanto os manifestantes do lado de cá do vidro gritam “Liberdade!” e celebram a postura dos polícias – que seguem o gesto da companheira e também desistem do confronto.

Outro vídeo que captámos na mesma rede social, o X, mostra uma venezuelana de 80 anos que foi para o meio de uma manifestação.

“Estou a defender a Venezuela. Não posso ficar em casa. Não tenho medo“, comenta a senhora, que estava naquela rua desde as 10h da manhã – e já era noite.

A família já lhe disse para ter cuidado e que não tem idade para estas vidas, mas a mulher rejeita: “Para defender a Venezuela, terei idade até morrer. Arranjo forças“.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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