Maduro ganhou na Venezuela. Oposição garante que venceu (outros países também)

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Ronald Pena R. / EPA

Nicolás Maduro vence eleições presidenciais na Venezuela

Resultados oficiais: 51,20% de votos para o atual presidente. O resultado é “irreversível”, mas a oposição não reconhece os números.

Todas as sondagens, incluindo as mais credíveis que nunca falharam em eleições anteriores, previam derrota clara de Nicolás Maduro.

O domingo, dia das eleições presidenciais, começou e antes da abertura nas urnas já havia quilómetros de filas, confusão à porta de alguns locais – parecia que a mudança histórica iria mesmo acontecer no país sul-americano.

A pergunta era: será que Maduro vai aceitar a derrota?

Mas, afinal, o presidente da Venezuela ganhou outra vez.

Nicolas Maduro foi reeleito para um terceiro mandato consecutivo com 51,20% dos votos, anunciou nas últimas horas o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela.

Maduro obteve 5,15 milhões de votos, à frente do candidato da oposição Edmundo Gonzalez Urrutia, que obteve pouco menos de 4,5 milhões (44,2%), de acordo com os números oficiais anunciados pelo presidente do CNE, Elvis Amoroso.

Os resultados foram anunciados depois de contados 80% dos boletins de voto e 59% dos eleitores terem comparecido às urnas. O resultado “é irreversível”, declarou.

70% para oposição

Mas a oposição não reconhece estes números: reivindicou a vitória nas eleições presidenciais de domingo, com 70% dos votos, disse à imprensa a líder Maria Corina Machado.

O candidato da oposição Edmundo González Urrutia obteve 70% dos votos, afirmou Maria Corina Machado, recusando-se a reconhecer os resultados proclamados pelo Conselho Nacional Eleitoral.

“Ganhámos. A Venezuela tem um novo presidente eleito e é Edmundo Gonzalez Urrutia. Ganhámos e todo o mundo sabe. Foi algo tão avassalador que ganhámos todos os estados do país. Ganhámos. Vimo-los nas ruas. Sabemos o que passou hoje”, declarou.

O candidato presidencial Edmundo González também rejeita os resultados oficiais: “Violaram todas as normas”.

A coligação Plataforma Unitária Democrática acrescentou que tem dados diferentes do CNE – que são números “impossíveis” – e acrescentou: “A comunidade internacional sabe o que está a acontecer“.

Preocupação

Já chegaram reações precisamente da comunidade internacional.

Os EUA duvidam deste resultado. O secretário de Estado norte-americano afirmou que os Estados Unidos estão “seriamente preocupados” com o resultado anunciado das presidenciais da Venezuela.

“Temos sérias preocupações de que o resultado anunciado não reflita a vontade ou os votos do povo venezuelano”, disse Antony Blinken à imprensa.

O responsável norte-americano pediu às autoridades eleitorais venezuelanas para que publiquem os resultados completos de forma transparente e imediata, indicando que os EUA e a comunidade internacional vão responder em conformidade.

O Peru foi um dos primeiros países a reagir: “Condeno em todos os extremos a soma de irregularidades e fraude por parte do governo de Venezuela”, anunciou o ministro dos Negócios Estrangeiros.

Logo a seguir, o presidente do Chile não escondeu que os resultados nestas eleições “são difíceis de acreditar“.

O presidente do Uruguai também foi direto: “Assim não! Não se pode reconhecer um triunfo se não se confia na forma e nos mecanismos para chegar até ele”.

O governo da Costa Rica seguiu no mesmo sentido: “O governo da Costa Rica repudia categoricamente a proclamação de Nicolás Maduro como presidente da Venezuela, que consideramos fraudulenta.”

Ainda antes da divulgação dos resultados, o presidente do Panamá havia sugerido “monitorização dos acontecimentos”.

E, também antes dos números oficiais, a porta-voz da coligação da oposição, Delsa Solorzano, disse que a divulgação dos resultados eleitorais tinha sido paralisada e a oposição não estava a ter acesso a todas as atas.

Por cá, o especialista em assuntos internacionais, Ricardo Alexandre, avisou na TSF que “se houve fraude, vai ser fácil detetar”. Ricardo Reis admitiu na rádio Observador que este desfecho “cheira a esturro”.

Reação de Maduro

Indiferente às dúvidas, Nicolás Maduro prometeu “paz, estabilidade e justiça” para a Venezuela, num discurso proferido pouco depois de anunciar a reeleição para um terceiro mandato, perante apoiantes que festejavam à porta do Palácio Presidencial, em Caracas.

“Haverá paz, estabilidade e justiça. Paz e respeito pela lei. Sou um homem de paz e de diálogo”, afirmou, quando a campanha e as eleições decorreram num clima de tensão, com a oposição a denunciar numerosas intimidações e detenções.

Maduro, no poder desde 2013, pediu ainda “respeito pela vontade popular” depois de ser proclamado vencedor.

ZAP // Lusa

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37 Comments

  1. “Ganhou outra vez” ….dá para rir e chorar ! . Este Ditador Palhaço e Corrupto , pensa que o resto do Mundo Não tem olhos para ver , orelhas para ouvir e lingua para falar . Venezuela é só mais uma “Coreia do Norte” na America do Sul !

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  2. Usou as táticas do Biden, que conseguiu ganhar apesar de passar uma parte substancial da campanha em casa.
    Mas só temos ordens para desconfiar das eleições dos outros (que não controlam os média)

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  3. Vitória perfeitamente lógica. Sondagens falsificadas anteriores à eleição foram divulgadas para criar uma expectativa tão grande de vitória avassaladora da oposição que tornasse incrível a natural vitória de Maduro. A grande maioria dos venezuelanos é pobre, foi durante décadas exploradas pela classe dominante, e não quer o país dominado pelos EUA e pelos seus agentes locais. Por isso era de esperar uma vitória de Maduro. Nada de extraordinário, portanto.

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  4. Vá viver para lá, ó obscurantista! Assim pode, naturalmente, lamber o traseiro do corrupto vigarista! Vocês, são sempre iguais: escravos que veneram um canalha qualquer!

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  5. Mas alguém duvidava que o resultado seria a vitória de Maduro?? Vá lá….. ninguém era assim TÃO ingénuo 🙂

    Duvidar que Maduro ganharia na Venezuela seria como acreditar numa derrota de Putin na Rússia ou do Partido Comunista, na China….

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  6. Nuno Cardoso Silva,
    Você tem uma adoração especial por ditadores.
    Nunca consegui perceber como os comunistas alegam que combateram a ditadura (não duvido disso), mas ao mesmo tempo são apoiantes dos ditadores da russia bielorussia, venezuela, irão, cuba, china…

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  7. Qual o país onde até os mortos votam? É no mesmo país onde nas localidades pequenas,, as pessoas das mesas sabem bem quem está emigrado ou estão nos lares ou doentes e votam por elas. E quem são os partidos políticos que ficam com esses votos fraudulentos? Será na Venezuela que isto acontece ou no país de corruptos e ladrões chamado Portugal?

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  8. Luís,
    Não tenho qualquer apreço pelos governantes da Rússia ou da China, mas o facto é que são a Rússia e a China que são capazes de pôr um fim à exploração económica, política e militar dos EUA. O mundo está farto dos americanos, e por isso prefere – pelo menos por agora – a Rússia e a China. Bom seria a Europa livrar-se dos EUA e promover os seus próprios interesses, em vez de serem vassalos dos americanos. Se o tivéssemos feito não teria havido esta guerra na Ucrânia.

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  9. Caro Marius (e Nuno Cardoso da Silva, já agora), no que toca a corrupção Portugal está muito longe da Venezuela. Segundo o https://www.transparency.org/en/cpi/2023, a Venezuela é um dos países mais corruptos do mundo, ocupando a posição 177 entre 180 países analisados. Já Portugal ocupa a 34ª posição. Comentários para quê?

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  10. Este ditador perdeu por mais de 30% de diferença. Ele apoia-se nas forças armadas para transformar uma derrota estrondosa numa vitória. Farsas destas só terão um fim com o desaparecimento deste miserável. Alguém que ponha cobro a isto.

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  11. Este Nuno Cardoso da Silva, confirma de forma evidente a sua perdileção pelo comunismo. Um desgraçado que não deve ter onde cair morto. Só um bandido sem escrúpulos faz as afirmações que lemos na sua patetice em forma de comentário. Para onde caminha este mundo com desgraçados desta estirpe?

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  12. Se o disparate matasse a Ana tinha tido uma morte fulminante. Mas se estiver viva aconselho um transplante do cérebro. Nem que seja de uma galinha…

  13. Cada povo só tem o que não quer se quiser. No caso da Venezuela, se a vitória de Maduro é, como dizem, mentira, fraude, roubo a sujeitarem aquele pobre país à desgraça da pobreza, da mordaça e da perseguição, o próprio ditador e corrupto deu o mote bem a tempo do povo se preparar. E o povo esteve e está à espera de quê?
    Bem sei que num país onde a bruxaria pesa mais do que a inteligência,,,

  14. FOFINHO

    Caros fofinhos; entao em que é que ficamos, se a oposição tivesse vencido quem iria confirmar os mais de 40 % da votação ???
    O opositor só sabe abanar a cabeça , agora a sua vice essa sim nao só abana a cabeça como todo o resto do corpo.
    Os cerca de seis milhoes de “fugitivos” só se lembraram a três dias da votação e pretendiam saltar a fronteira mesmo nao tendo o passaporte em dia , tal como aconteceu aos cerca de quarenta mil que estão em PORTUGAL a viver com os nossos impostos, e apenas algumas centenas estavam inscritos (legais) e depois todos berram como se estivessem legais, querem defender o seu Pais regressem e legalizem-se para poderem la trabalhar e produzir a riqueza que dizem la faltar, claro que faltando subsídios há que vir atras da mama. ai sim poderiam lutar e votar pela oposição.

  15. Este indivíduo Nuno Cardoso já é conhecido por aqui. Não passa de um doente em delírio. Um garotolas a passar por doença complexa que lhe tolda a coerência mental e lhe proporciona rutura com o mundo real. Todo ele é desvario patológico consistente, uma esquizofrenia sob a forma de fantasias patéticas dignas de dó. Não seria altura de se tratar rapidamente?

  16. LOL!… É giro ver como em Portugal se respeita a opinião alheia. Quem não pensa como nós é atrasado mental, é ignorante, é agente do inimigo…Não admira que a democracia não tenha grandes chances de ser bem sucedida entre nós…Mas há gente demais entre nós que acha que discordar é sinónimo de insultar…

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  17. Nuno Cardoso da Silva,
    A democracia foi muito difícil de conquistar, muitas pessoas sofreram para o conseguir, tive um familiar preso por motivos políticos, acusado de algo que não fez.
    Mas esta liberdade conquistada com sangue de muitos, que nos permite transmitir as nossas ideias sem corrermos o risco de irmos presos, de cairmos de uma varanda, ou de comermos algo estragado, como acontece na sua amada Rússia , também nos obriga a ter a responsabilidade de nos defendermos de apoiantes de fascistas/assassinos, como é nitidamente o seu caso..
    Pessoas como você não são bem-vindas em países civilizados, despolua, base para bem longe, junte-se aos seus.

  18. Luís,
    Em suma, quem não pensa como o Luís não é bem vindo. Será um regresso ao Estado Novo? Eu não tenho qualquer problema com quem discorde do que digo ou penso. Mas façam-no sem recorrer a insultos. Posso garantir-lhe que a minha cultura, formação académica e nível de inteligência estão bastante acima da média. O que não significa que eu tenha razão, mas significa que mereço ser tratado com um bocadinho mais de consideração. Para discordar de mim não chega insultar-me, é preciso argumentar de forma inteligente com base em factos. Actuar da maneira que é própria das claques futebolísticas não chega para me contradizer…

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  19. “Não admira que a democracia não tenha grandes chances de ser bem sucedida entre nós… “, diz o comunista Nuno Cardoso da Silva. Pudera! Em Espanha o partido comunista desapareceu, em França desapareceu, em Itália desapareceu e em Portugal as dobradiças das portas do ninho comunista, já rangem, o que quer dizer que estão quase a fechar o tasco de vez. Se não tivesse havido o 25 de novembro com a ação patriótica de Ramalho Eanes e Jaime Neves, hoje Portugal seria um desgraçado torrão abandonado no cantinho ocidental da Europa. Só não entendo como hoje, ainda há aqui ou ali desgraçados pelintras de barraco que estão de acordo com esta miséria.

  20. Os ditadores acabam sempre por cair. Este venezuelano, motorista de autocarro, também terá o seu fim mais ou menos trágico, Vale-lhe agora a força das armas, mas a força da razão de milhões e milhões de venezuelanos, acabará por falar mais alto. É uma questão de tempo.

  21. Caro Nuno Cardoso da Silva, não sei o que você considera uma democracia bem sucedida, mas pelo menos o simples facto de você poder expressar a sua opinião livremente, mesmo que seja dissonante da maioria, já é um bom sinal de democracia. Tenho sérias dúvidas de que noutros países que você parece apreciar o deixassem sossegado se não cantasse a canção do partido do poder.

  22. Este gatuno Maduro tem em redor de si uma seita corrupta de generais e de outras patentes que comem com ele o que sugam ao povo venezuelano. O PCP, o tal grupelho que usava muito a expressão “O NOSSO POVO” está de acordo com esses ladrões. Por aqui se vê a desgraça do dito comunismo. Também defendem Putin , o chinês, o norte-coreano e o cubano. Como é que ainda há disto em pleno século XXI?

  23. Até o manifesto auto~elogio mosrtra a tua pequenez, Nuno Cardoso da Silva!. A tua formação académica e nível de inteligência estão bastante acima da média?! O que demonstras é, pelo contrário, uma evidente acefalidade, uma penosa xico-esperrtice, assente numa estrutura mental banal que, por vezes, mete dó. Tenta reerguer-te da penúria que te atrapalha, tenta ser gente deste tempo. Abandona o ilusionismo caquético, sem profundidade e míópico.

  24. Otto,
    Exprimir-me em liberdade é bom, mas melhor seria poder fazê-lo sem ser insultado por quem discorda de mim. Quando se tem de recorrer ao insulto para discordar está a dar-se sinal de muito pouca qualidade intelectual e ética…

  25. Nuno Cardoso da Silva,
    Fico feliz por si pelas enormes qualidades que diz ter, só lhe faltou dizer uma, a modéstia.
    Existiram e existem outras pessoas com enorme sapiência, como por exemplo o hitler, o estaline, o putin, mas o que é de lamentar é que estas pessoas em vez de ter utilizado a inteligência para o bem da humanidade, o fizeram e fazem para desgraçar a humanidade, inclusivamente o seu próprio povo que deviam servir., mas de quem se servem.
    Não tenho nada contra si, nem o conheço, mas sim contra pessoas como você que se dizem tão inteligentes, mas só defendem quem desgraça a vida de milhões de pessoas, não se trata de liberdade de expressão, trata-se de direitos humanos que esses ditadores assassinos violam constantemente, e quem apoia esse lixo da humanidade, não merece o meu respeito.

  26. Luís,
    Tive o cuidado de dizer que qualquer que seja o meu nível cultural, académico e intelectual, não há garantia de que eu tenha razão no que digo. Mas dá-me o direito de ser tratado com mais consideração, e de não ser insultado por quem não sabe argumentar. A propaganda é um mau instrumento para quem quer discutir de forma séria…

  27. Nuno, se não tens argumentos, assume a derrota, pá! Ter liberdade de expressão é imperativo, óbvio, mas isso nunca pode significar o apoio a forças extremistas, assassinas, apologistas de regimes/políticas comunistas de ranho.
    Não te cheira a conversa, por isso é que vens com essa léria da consideração que os outros têm de ter para contigo, face a uma perspetiva hedionda sobre certas políticas de um país como a Venezuela, em que os presidentes não são eleitos com os votos do povo, mas antes com o roubo desses votos, a favor de grupinhos elitistas, monstruosos. Pessoas como tu, assustam-me. Trata-te primeiro, e vem para aqui escrever, depois! Obrigada. 😉

  28. Nem eu nem ninguém pode saber se as eleições na Venezuela foram honestas ou não. Mas o que sabemos é que a maioria dos venezuelanos é pobre e vive com grandes dificuldades, resultado da falta de sensibilidade da elite económica que governou o país durante décadas. Os mais ricos não querem saber dos pobres para nada e não têm o menor pejo em explorá-los economicamente. Por isso é muito provável que essa maioria de pobres prefira Maduro ao candidato da minoria mais próspera da Venezuela. Não seria de admirar que essa maioria de pobres tenha votado em Maduro, na esperança de que ele os proteja da exploração da elite económica. Foi por isso que Lula foi reeleito no Brasil e por isso não me admira que Maduro tenha obtido a maioria dos votos. Mas cada um é livre de preferir a propaganda à reflexão…

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