A polícia convidou 101 criminosos para um jogo de futebol (e prendeu-os a todos)

Para combater o crime organizado, o US Marshals Service organizou-se de outra forma. Funcionou. “Surpresa!”.

15 de Dezembro de 1985, logo pela manhã.

Um centro de conferências em Washington é “invadido” por cerca de 100 homens, todos em festa.

Tinham sido convidados para aparecer neste evento para receberem dois bilhetes gratuitos cada, para o jogo daquele dia da National Football League (NFL, futebol americano), entre Washington Redskins e Cincinnati Bengals.

Alegadamente, todos tinham vencido um sorteio realizado entre residentes de Washington D.C..

Além dos bilhetes, os “sortudos” ainda entrariam noutro sorteio, ainda mais apetecível: tudo pago para ir ver o Super Bowl. A final da NFL iria realizar-se no mês seguinte.

Se aparecessem naquele dia no centro de conferências, também habilitavam-se a um sorteio de bilhetes para toda a época dos Redskins (hoje Washington Commanders).

Uma festa.

Mas nenhum deles entrou no estádio.

Era tudo uma armadilha da polícia, que organizou este esquema através de um canal de televisão para apanhar criminosos procurados pelas autoridades.

Para combater o crime organizado, o US Marshals Service organizou-se de outra forma. E funcionou.

Foi a Operation Flagship, que começou por enviar cartas a mais de 3 mil casas – as últimas moradas conhecidas dos criminosos procurados – a anunciar que tinham direito a dois bilhetes de borla.

Não resultou para todos, mas resultou para muitos.

Convenceu criminosos e também convenceu um advogado do canal de televisão, que apareceu no local da conferência para dizer que aquele evento não tinha licença para ser realizado. Genuinamente.

As pessoas que receberam os “convidados” eram polícias, as cheerleaders eram polícias, o apresentador do evento era um polícia. A maioria com arma escondida.

Nenhum detalhe escapou: os nomes, a simulação do sorteio, adereços do clube, um vídeo a mostrar os melhores momentos dos Redskins…

Os 101 criminosos foram presos. Não todos dentro de uma sala, seria perigoso; mas sim em grupos de cerca de 15 pessoas, divididas por várias salas. Estavam lá dentro a falar do jogo mas, a certa altura, e quando o polícia disfarçado lá dentro disse “surpresa”, os outros polícias invadiram o espaço e prenderam os fugitivos.

Os autocarros que, pensavam eles, iria levá-los para o estádio… levaram-nos para a prisão.

ZAP //

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