Manifestantes e polícia de choque ucraniana enfrentam-se na manhã desta quarta-feira na Praça da Independência em Kiev, após uma noite marcada por confrontos. O objetivo da polícia é retomar a praça central da capital da Ucrânia, que foi ocupada pelos manifestantes há duas semanas.
Os manifestantes protestam há semanas contra a decisão do presidente Viktor Yanukovych de adiar, no mês passado, a assinatura de um acordo com a União Europeia e intensificar os laços com Moscovo. No domingo, centenas de milhares de manifestantes participaram num acto a pedir a saída de Yanukovych.
Ontem, data em que acabava o prazo do governo para que os manifestastes saíssem da praça, a polícia ucraniana removeu com a ajuda de tratores algumas barricadas e tendas instaladas no acampamento dos manifestantes.
Diante da ação policial, os manifestantes resistiram por horas. No início da manhã desta quarta-feira, quase sete horas depois da intervenção policial ter começado, os cordões polícias ficaram quase imóveis, enquanto os manifestantes resistiam.
Vários manifestantes e polícias ficaram feridos nos confrontos e ambulâncias foram vistas na praça. No entanto, ao contrário das intervenções violentas das últimas semanas, desta vez a polícia parecia estar sob as ordens de se abster do uso de força excessiva.
A chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, desaprovou o uso da força pela polícia antimotim ucraniana. “As autoridades não tinham de atuar sob a cobertura da noite para se dirigirem à sociedade mediante o uso da força”, escreveu no Twitter, de visita à capital ucraniana e depois de ter estado na praça.
Catherine Ashton mostrou-se “impressionada pela determinação” que viu na Euromaidan, como chamam os manifestantes à concentração na Praça (maidan, na língua ucraniana) da Independência.
Também o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, declarou que Washington “exprime a sua desilusão com a decisão das autoridades ucranianas de responder à manifestação pacífica na Praça da Independência em Kiev com polícia antimotim, máquinas escavadoras e bastões, ao invés de respeitarem os direitos democráticos e a dignidade humana”.
ZAP / MA / AE / AP
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