Polícia admite falhas “inegáveis” na segurança de Shinzo Abe

CSIS / Flickr

Shinzo Abe, antigo Primeiro-ministro do Japão

A Polícia admitiu que o assassinato violento de Shinzo Abe derivou de problemas de segurança de do antigo primeiro-ministro japonês.

A polícia japonesa admitiu reconheceu esta sexta-feira que se verificaram falhas “inegáveis” na segurança do antigo primeiro-ministro japonês Shinzo Abe, assassinado com dois tiros durante um comício eleitoral.

A informação foi avançada pela agência de notícias France Presse (AFP), que cita Tomoaki Onizuka, chefe de polícia da província de Nara.

“Penso ser inegável que houve problemas com as medidas de guarda e segurança do antigo Primeiro-Ministro Abe”, afirmou o responsável pela polícia aos repórteres.

Tomoaki Onizuka prometeu também que iria analisar “plenamente os problemas e tomar as medidas adequadas”.

Shinzo Abe morreu esta sexta-feira, na sequência de um ataque num comício, quando discursava num comício de rua do Partido Liberal Democrático (LDP, no poder), perto da estação ferroviária de Nara.

O antigo chefe do Governo foi “alvejado pelas costas” e não resistiu aos ferimentos, avançou a rádio japonesa NHK.

O político foi depois transportado para o hospital, já em paragem cardiorrespiratória, tendo a morte sido confirmada cerca de cinco horas depois.

O suspeito do ataque, Tetsuya Yamagami, ex-membro da força naval do país, terá utilizado uma arma artesanal e foi imobilizado pelos serviços de segurança de Abe.

Durante as buscas à casa de Yamagami, a polícia encontrou outras armas semelhantes, também fabricadas pelo alegado autor.

Yamagami estava desempregado desde maio, quando deixou de trabalhar numa empresa industrial em Kansai, no centro-sul do país. Entre 2002 e 2005 integrou o exército nipónico, de acordo com o Ministério da Defesa.

Ainda segundo as fontes policiais, o ex-militar encontrava-se “insatisfeito” com o ex-presidente, tendo decidido matá-lo.

Shinzo Abe foi primeiro-ministro em 2006-2007 e depois de 2012 a 2020. Foi o chefe de Governo mais jovem do pós-guerra, aos 52 anos — o primeiro nascido depois da Segunda Guerra Mundial e o que esteve mais tempo no cargo.

O Papa Francisco expressou este sábado tristeza pelo assassinato do primeiro-ministro e disse esperar que “depois desse ato sem sentido, a sociedade japonesa se fortaleça no seu compromisso histórico com a paz e a não violência”.

O Papa enviou um telegrama através do secretário de Estado, Pietro Parolín, no qual afirmou que recebeu a notícia do assassinato com “profunda tristeza” e expressou as suas condolências à família, amigos e a todo o povo do Japão.

ZAP //

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