Polémica na Rubi: nova linha do metro do Porto é dos espanhóis (e a nova ponte também)

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Com duas propostas em mão que ultrapassavam o valor base do concurso, a Metro do Porto optou pelo consórcio espanhol. Consórcio português alega “incumprimento de algumas formalidades” e critica “ascendente de empresas estrangeiras”.

O processo de construção da linha Rubi do Metro do Porto, uma das maiores empreitadas no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) de Portugal, está a gerar polémica.

Duas propostas concorriam para a construção da futura linha e da ponte da Ferreirinha sobre o rio Douro e a seleção do consórcio encarregado de executar o projeto tornou-se um tópico controverso: vai ficar a cargo de um consórcio espanhol, constituído pelas empresas FCC e Contratas y Ventas, avança esta quinta-feira o Jornal de Negócios, que teve acesso ao relatório do júri do concurso.

O consórcio formado pela FCC e Contratas y Ventas, que inclui a portuguesa Alberto Couto Alves (ACA), apresentou a oferta mais económica, no valor de 380 milhões de euros. O outro consórcio, inteiramente formado por empresas portuguesas — Casais, Conduril, Teixeira Duarte, Alves Ribeiro e Somafel — submeteu uma proposta de 435 milhões de euros: ambas as ofertas superam o valor base de 370 milhões de euros estabelecido pelo concurso.

Em resposta à oferta mais baixa, o consórcio português apresentou uma reclamação à Metro do Porto, alegando “incumprimento de algumas formalidades” por parte do consórcio concorrente. Contudo, a empresa manteve-se neutra, afirmando que “como ainda não há uma decisão tomada, não há comentários”.

O que está em jogo não é apenas uma questão de custos. O presidente da Metro do Porto, Tiago Braga, expressou em abril a preocupação com a possível ausência de candidaturas ao concurso, dada a sua envergadura.

Alguns responsáveis de empresas portuguesas expressaram a sua indignação anónima quanto ao “ascendente de empresas estrangeiras”. Argumentam que o PRR deveria servir para capacitar as empresas e a economia nacional, ao invés de beneficiar consórcios estrangeiros.

O projeto ambicioso envolve não só a construção de uma nova ponte, mas também a adição de cerca de 6,3 quilómetros à rede de metro do Grande Porto, com estações em locais como Campo Alegre e Casa da Música no Porto e Santo Ovídio e Arrábida em Gaia.

Com planos de iniciar as obras ainda em 2023, com conclusão prevista para 2026, uma decisão iminente poderá ter repercussões de longo alcance tanto para o desenvolvimento da infraestrutura como para a economia portuense e portuguesa.

A linha Rubi ligará a Casa da Música, no Porto, a Santo Ovídio, em Gaia, inclui a construção de uma nova ponte sobre o rio Douro, a ponte D. Antónia Ferreira, e terá um custo total de 435 milhões de euros, dos quais 299 milhões têm financiamento garantido pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), e a sua construção terá de estar finalizada até meio de 2026.

ZAP //

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4 Comments

  1. As empresas são gulosas e vivendo no bloco da UE onde o salave-se quem puder é o lema, é evidente que os consórcios estrangeiros apresentem valores mais baixos. Veremos é se mantêm esses valores ou se eles depois duplicam e triplicam…

  2. Alguém sabe qual o ponto de situação relativamente ao Recurso apresentado pelo Ministério Público (MP) relacionado com o dr. Rui Moreira?

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