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Pó de talco: mulher com cancro vai receber 70 milhões da Johnson & Johnson

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A Johnson & Johnson foi condenada a pagar uma indemnização de 70 milhões de dólares, cerca de 64 milhões de euros, a uma mulher de 62 anos que sofre de cancro do ovário e que alega que a culpa é do pó de talco da marca.

Este é já o terceiro caso consecutivo que a Johnson & Johnson perde em tribunal por causa do pó de talco da marca.

Em Fevereiro deste ano, a família de outra mulher ganhou uma indemnização de 72 milhões de dólares depois de esta ter falecido com cancro do ovário.

Em Maio, outra sentença condenou a empresa a pagar 55 milhões de dólares (50 milhões de euros) num caso similar.

Agora, é Deborah Giannecchini, uma mulher de 62 anos da Califórnia, nos EUA, que sofre de cancro do ovário e que em tribunal, ganhou o direito a uma indemnização de 64 milhões de euros, acusando o pó de talco da Johnson & Johnson de lhe ter provocado a doença.

Deborah Giannecchini foi diagnosticada com cancro do ovário em 2012 e após já ter feito cirurgias, quimioterapia e radioterapia, os médicos dão-lhe poucas hipóteses de sobrevivência, conforme alegou o seu advogado, Allen Smith, em tribunal.

Perante os jurados, Allen Smith alegou que a Johnson & Johnson tinha conhecimento de “30 anos de estudos a mostrarem um risco aumentado de cancro do ovário por causa do uso do talco”, segundo citação da agência Bloomberg.

“Eles sabiam e sabiam que o público não tinha conhecimento do risco”, argumentou ainda o advogado, acusando a empresa de, em vez de lançar alertas aos consumidores, “desenvolver uma estratégia de defesa para prevenir a regulação governamental destes produtos”.

A Sky News nota que a Johnson & Johnson, por seu turno, se defendeu em tribunal com várias pesquisas que não encontraram qualquer ligação entre o uso de pó de talco e o cancro dos ovários.

Todavia, há estudos que “indicam que as mulheres que usam regularmente talco na zona genital enfrentam até 40% mais de riscos de desenvolver cancro do ovário“, refere a Sky News.

Esta estação também nota que a Agência Internacional para a Investigação do Cancro da Organização Mundial de Saúde (OMS) classificou o talco como substância “possivelmente cancerígena”, colocando-a porém na mesma categoria do café.

As dúvidas em torno do produto levam vários médicos a desaconselharem o uso de pó de talco.

A Johnson & Johnson já anunciou, num comunicado, que vai recorrer da decisão do tribunal, alegando que a empresa se guia “pela ciência que apoia a segurança do Pó de Talco” da marca.

Mas, além do caso Giannecchini, a marca deve preparar-se para enfrentar outros 2 mil processos semelhantes que estão à espera de julgamento nos tribunais norte-americanos, conforme frisa a Sky News, notando que há advogados a reverem “milhares de outros potenciais casos”.

ZAP

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