Plano Biden. Hamas não quer mais negociações de cessar-fogo

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U.S. Government

Presidente dos EUA, Joe Biden, ao telefone com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.

Após 10 meses de guerra, o grupo islamita quer aplicar plano de trégua composto por três fases proposto pelos EUA.

O movimento islamista palestiniano Hamas apelou este domingo para a “aplicação” do plano de três fases proposto pelos norte-americanos para uma trégua em Gaza, “em vez de realizar mais negociações ou apresentar novas propostas”.

Na sexta-feira, após 10 meses de guerra, Israel aceitou retomar as negociações em 15 de agosto, com vista a um cessar-fogo e à libertação dos reféns detidos em Gaza pelo Hamas, em resposta a um apelo de mediadores norte-americanos, egípcios e qataris.

Na sua declaração, o Hamas “pede aos mediadores que apresentem um roteiro para implementar o que foi proposto ao Hamas e que este aceitou em 2 de julho de 2024”.

Este plano é “baseado na visão do Biden e nas resoluções do Conselho de Segurança da ONU”, refere o Hamas, na declaração.

O plano Biden

No final de maio, Biden apresentou um plano de três fases destinado a conduzir a “um cessar-fogo duradouro e à libertação de todos os reféns”, detidos em Gaza desde 7 de outubro.

“É hora de acabar com esta guerra e de recomeçar no dia seguinte”, disse o presidente dos EUA.

Biden disse que a primeira fase do acordo duraria seis semanas e incluiria um “cessar-fogo total e completo”, a retirada das forças israelitas de todas as áreas povoadas da Faixa de Gaza e a libertação de vários reféns em posse do Hamas, incluindo mulheres, idosos e os feridos, em troca de centenas de prisioneiros palestinianos.

A segunda fase incluiria a libertação de todos os reféns vivos restantes, incluindo soldados do sexo masculino, e as forças israelitas abandonariam as suas posições em todo o território da Faixa de Gaza.

Por fim, a terceira fase exige o início de uma grande reconstrução da Faixa de Gaza, que enfrenta décadas de trabalhos devido à devastação causada pela guerra.

Ataque israelita a escola apressa mediadores

Os mediadores, voltou a exigir o Hamas domingo, devem “forçar o ocupante [israelita] a aplicar [este plano], em vez de realizar mais negociações ou apresentar novas propostas que darão cobertura à agressão da ocupação”.

O movimento islamista cita, em particular, o ataque israelita que matou no sábado, segundo a Defesa Civil em Gaza, 93 palestinianos, incluindo mulheres e crianças, numa escola que albergava pessoas deslocadas, provocando protestos internacionais.

O exército israelita alegou que a escola foi utilizada pelo Hamas e pela Jihad Islâmica (outro movimento palestiniano armado) para “realizar ataques” contra os seus militares e afirmou ter eliminado “pelo menos 19 terroristas”.

Israel prometeu destruir o Hamas após o ataque ao seu território em 7 de outubro, que resultou na morte de 1.198 pessoas, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais israelitas.

Das 251 pessoas raptadas, 111 ainda estão detidas em Gaza, das quais 39 estão mortas, segundo o exército israelita.

A ofensiva de retaliação israelita em Gaza fez pelo menos 39.790 mortos, segundo dados do Ministério da Saúde do governo de Gaza liderado pelo Hamas, que não detalha o número de civis e combatentes mortos.

ZAP // Lusa

2 Comments

  1. hAMAS Não quer mais negociações porque sabe que em breve o irão, Iémen e Líbano vão se juntar a guerra. Para os mucul não existe negociações de paz se pensarem que tem vantagem e para além estão proibidos por Lei Sharia de o fazerem. Só existe negociações de tiverem na eminencia da derrota e o tratado apenas tem validade máxima de 10 anos

  2. Claro, negociar agora implica derrota do Hamas, que a nova liderança quer evitar.
    Mas Israel também sabe disso e não vai aceitar qualquer acordo sem expor Yahya Sinwar, que quer eliminar.
    Quanto aos reféns, o Hamas poucos vivos terá para devolver, infelizmente.

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