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PJ investiga portugueses envolvidos em plano para matar Presidente da Alemanha

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Roman Zawistowski Poland Out / EPA

A Unidade Nacional de Contraterrorismo (UNCT) da Polícia Judiciária (PJ) tem colaborado com as autoridades alemãs no âmbito das investigações em torno de ameaças de morte ao Presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier. Há portugueses implicados num alegado plano de atentado ao governante.

Estas ameaças de morte são atribuídas a um grupo de extrema-direita “com possíveis ligações a Portugal”, conforme avança o semanário Nascer do SOL.

As autoridades alemãs terão apelado à colaboração da PJ que, na passada quinta-feira, realizou várias buscas na Grande Lisboa relacionadas com estas suspeitas, ainda de acordo com o mesmo jornal.

A PJ terá seguido pistas relativas a “registos de tráfego electrónico de sites de grupos nacionalistas”, tendo assim localizado os suspeitos e efectuado “buscas às suas residências”, como atesta a mesma publicação.

Em causa podem estar ligações ao grupo Clandestinidade Nacional-Socialista, mais conhecido por NSU 2.0 que já esteve envolvido em vários atentados bombistas, entre 2000 e 2006, com motivações racistas.

O grupo teria sido desmantelado em 2011. Mas nos últimos anos surgiram suspeitas de que o NSU 2.0 teria enviado diversas ameaças de morte a políticos, advogados e instituições.

Também terão sido encontrados, nos últimos anos, “listas de inimigos” e esconderijos de armas entre grupos de extrema-direita na Alemanha. Além disso, vários agentes da polícia do país foram descobertos por estarem associados a este tipo de movimentos em grupos do WhatsApp.

As investigações em torno do alegado plano de atentado contra o Presidente alemão surgem no âmbito de uma crescente preocupação com o aumento da influência de grupos de extrema-direita no país. Estes grupos manterão ligações internacionais com cidadãos de diversos países e terão também ramificações em Portugal.

O terrorismo de movimentos de extrema-direita abala a Alemanha desde há décadas.

Num discurso a 26 de Setembro de 2020, Frank-Walter Steinmeier, eleito pelo Partido Social Democrata da Alemanha, fez referência a esse “fantasma” que persiste na cerimónia que assinalou o atentado bombista de 1980 no Oktoberfest, em Munique, que matou 30 pessoas e feriu 213, algumas das quais tiveram que amputar membros.

Foi o atentado terrorista mais letal na Alemanha, no pós-II Guerra Mundial, tendo sido cometido por um terrorista que morreu no ataque, com uma bomba artesanal.

Na sua intervenção em 2020, Steinmeier questionou se “as redes de extrema-direita não são levadas suficientemente a sério pelos investigadores criminais“, apontando que podem estar a ser “deliberadamente ignoradas”. Estas palavras podem reportar para o facto de terem sido encontradas ligações de alguns polícias a movimentos nazis.

ZAP //

5 Comments

  1. O polvo da Extrema-direita não poupou Portugal. No nosso país eles chegaram ao Parlamento com a eleição do Ventura. Também as nossas forças policiais estão contaminadas por esse virus.

    • Não será isso o resultado dos governos desastrosos que temos tido até aqui? Basta ver o atual elenco governativo, uma profunda nulidade. O maior bando de incompetentes que alguma vez esteve à frente do país. E ainda por cima ladrões. Considero-me uma pessoa moderada, do centro político. Mas admito que de facto o país está a ficar sem alternativas e é natural que esses partidos extremistas continuem a crescer. É a alternativa à abstenção. Eu já não voto há mais de 30 anos. Os políticos usam o povo de 4 em 4 anos. E depois fazem o que bem lhes apetece. Essa é que é a nossa realidade democrática. O povo está pelos cabelos de tudo isto.

      • O crescimento de partidos de extrema direita , tem que ver com a ignorância de quem os apoia …. e também a comentários , tipo : …de que são todos corruptos e por aí adiante, ….
        Se vivessem nos tempos do Salazar , do Cavaco ou do Paços ….e aí sim eram mesmo Felizes…..Com a miséria, a pobreza e a ignorância….

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