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PJ investiga explosões horas antes da derrocada em Borba

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Rui Minderico / Lusa

A Polícia Judiciária (PJ) está a investigar a possibilidade de ter havido detonação de explosivos na pedreira de Borba horas antes do acidente, onde há quase duas semanas ruiu uma estrada causando a morte a cinco pessoas.

Segundo apurou o Expresso, a investigação da PJ tem por base denúncias de testemunhas que garantem ter ouvido, pelo menos, duas detonações horas antes do acidente ter ocorrido. O vereador da Câmara de Borba, Quintino Cordeiro, citado pelo semanário, confirma que várias pessoas dizem ter ouvido as explosões.

Por lei, o uso de explosivos é permitido em pedreiras, desde que sejam cumpridas as regras de segurança estabelecidas. Estes materiais são particularmente perigosos nas pedreiras de mármore, uma vez que podem causar danos estruturais no maciço.

Em resposta ao semanário, o Ministério do Ambiente diz que o último parecer favorável da Direção-Geral de Energia e Geologia para o uso de explosivos na pedreira, emitido a 1 de março do ano passado, “possibilitava a utilização de 75 quilos de pólvora“.

A investigação tem ainda em conta outros fatores para explicar o que terá acontecido na Estrada Municipal 225 como as chuvas fortes do fim-de-semana anterior ao acidente (que ocorreu na segunda-feira 19 de novembro) e ainda o sismo de magnitude 2,1 sentido em Arraiolos, também no distrito de Évora, registado pelo Instituto do Mar e da Atmosfera no sábado, véspera do acidente.

Este sábado foi retirada outra viatura resultante da derrocada em Borba. A quinta vítima mortal estava no interior do veículo. A informação foi avançada ao SAPO 24 pelo Comando Distrital de Operações de Socorro da Proteção Civil de Évora.

Fonte da proteção civil avançou, à agência Lusa, que a vítima tinha 85 anos e que a viatura se encontrava submersa no plano de água mais profundo da pedreira. O veículo estava nesse local desde o dia do acidente.

A viatura foi localizada na sexta-feira, dia em que foram recuperados os corpos de dois dos três desaparecidos no deslizamento de terras e colapso do troço da estrada em Borba, que eram os ocupantes de uma carrinha de caixa aberta, que foi arrastada para a pedreira.

O deslizamento de um grande volume de rochas, blocos de mármore e terra e o colapso de um troço de cerca de 100 metros da estrada municipal 255, entre Borba e Vila Viçosa, para o interior de duas pedreiras contíguas ocorreu no dia 19 de novembro às 15:45.

ZAP //

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3 Comments

  1. Das duas uma, ou estrada ou pedreiras, o que não cabe na cabeça de ninguém no seu juízo perfeito é haver uma estrada sobre um precipício daqueles, o presidente de câmara de Borba pela sua reacção e declarações até parece que habitava a milhares de quilómetros do local e além deste outros “responsáveis” haverá que como este afirmam nada terem a ver com o caso, quanto a mim alguém já deveria estar atrás das grades por tamanha irresponsabilidade e morte de cinco inocentes.

  2. “o que não cabe na cabeça de ninguém no seu juízo perfeito é haver uma estrada sobre um precipício daqueles”

    Ó ‘de mal a pior’, a sério?! Uma estrada sobre um precipício daqueles?! A estrada já lá estava muito antes do precipício, muito antes das pedreiras terem escavado à volta dela tipo queijo suíço (violando a lei, que limitava e limita extracções a menos de 50m das estradas por motivos de segurança).

    Para mim, os culpados estão muito bem identificados, são as empresas que exploravam as pedreiras. O resto é conversa populista para arranjar culpados institucionais. Se a fiscalização devia ter sido melhor e agido sem dó nem piedade? Sim, claro que devia, da mesma maneira que as autoridades deviam multar quem estaciona em cima dos passeios e passadeiras, e não o faz em todo o lado porque é humanamente impossível… mas quem cometeu o crime ou a infracção? Quem violou a lei?

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