Entre os detidos pela Polícia Judiciária (PJ) estão dois empreiteiros, um arquiteto, um empresário ligado a uma obra particular e oito fiscais.
Através da Unidade Nacional de Combate à Corrupção e no âmbito de inquérito dirigido pelo Ministério Público (DIAP de Loures), a Polícia Judiciária deteve, esta quarta-feira, doze pessoas por suspeitas da prática de crimes de corrupção passiva e de corrupção ativa na operação “Embargo Final“.
A TVI avança que as buscas foram realizadas na Câmara Municipal de Loures e que se tratou da detenção de funcionários responsáveis pela vistoria e licenciamento de obras de construção civil no concelho, alegadamente em troca de contrapartidas financeiras.
Entre os detidos, que têm entre 44 e 64 anos, estão dois empreiteiros, um arquiteto, um empresário ligado a uma obra particular e oito fiscais.
“Na investigação em curso foram já recolhidos importantes elementos de prova que indiciam fortemente a existência de contrapartidas monetárias, para o não exercício das funções profissionais que lhes estavam atribuídas”, lê-se no comunicado da PJ.
Foram ainda realizadas 18 buscas domiciliárias e 32 buscas não domiciliárias, nas quais participaram 84 elementos da Polícia Judiciária.
Os 12 detidos serão presentes na quinta-feira a tribunal.
Entretanto, Bernardino Soares, autarca de Loures, manifestou “total apoio” às investigações levadas a cabo pela PJ, afirmando que se houver atos de corrupção os responsáveis devem ser “devidamente responsabilizados”.
Questionado pela Lusa sobre as buscas, Bernardino Soares (eleito pela CDU) manifestou “toda a disponibilidade para prestar o apoio necessário às autoridades”.
“Pela nossa parte estamos a dar todo o apoio necessário e também nos regozijamos com esta ação. Nós estamos muito empenhados no combate à corrupção, e se há elementos nesse sentido devem ser averiguados e as pessoas devem ser devidamente responsabilizadas”, afirmou o presidente da Câmara.
Bernardino Soares adiantou que o próprio município já tinha “há uns meses” enviado documentos para o Ministério Público a dar conta de eventuais irregularidades na fiscalização municipal.
“A determinada altura, não sei se tem a ver com esta investigação ou não, a estrutura da Câmara enviou também documentos para o Ministério Público para eventual investigação, porque consideramos que poderia justificar a análise por parte das autoridades”, explicou.
Liliana Malainho, ZAP // Lusa