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PJ abre inquérito à maior fuga de informação de sempre em Portugal

Nos últimos anos, piratas informáticos roubaram milhões de dados em Portugal, levando a PJ a abrir um inquérito após as denúncias da revista Sábado.

Milhares de endereços de emails e respetivas passwords de funcionários públicos, quadros de bancos, grandes empresas e clubes de futebol circulam pelo ladro negro da Internet, a Deep Web.

A denúncia foi feita por uma investigação da revista Sábado, que levou a Polícia Judiciária a abrir um inquérito.

Segundo os documentos a que a revista teve acesso, as informações pessoais concentram-se em duas “listas gigantescas” e dizem respeito a várias áreas sensíveis da administração pública: ministérios, Forças Armadas, Parlamento, Ministério Público, Polícia Judiciária (PJ), juízes, Autoridade Tributária, Comissão Nacional de Eleições, bancos, hospitais, transportadoras, sociedades de advogados, empresas do PSI-20 e órgãos de comunicação social.

Os dados terão sido recolhidos ao longo dos últimos anos em ataques a redes sociais e outros sites que implicam registo com email e password. As duas listas estão a circular com as designações “Exploit.in” e “Anti-Public” e é possível encontrá-las através de um software específico. A compilação terá sido feita em meados de 2016, mas só começou a ser detetada em maio de 2017.

No total, as duas listas agregam mais de mil milhões de endereços de email com as respetivas passwords.

O objetivo dos piratas informáticos será recolher as passwords usadas para entrar numa rede social e a partir daí entrar directamente no email e aceder à informação lá guardada.

Só em domínios portugueses a Sábado contou um milhão de entradas num ficheiro com mais de 20 mil páginas e que afetou vários sectores do Governo.

A revista conta haver pelo menos 1046 emails com o domínio gov.pt,, dos quais 15 pertenceram ao gabinete de José Sócrates e Pedro Passos Coelho. 42 são da Presidência do Conselho de Ministros, 36 do Ministério da Defesa Nacional, 99 do Ministério dos Negócios Estrangeiros e 330 do Governo Regional dos Açores.

Há também casos de várias empresas que controlam setores estratégicos nos transportes e energia: na TAP existem 732 emails listados, na EDP são mais de mil e na CP e REN foram 224 e 119, respetivamente.

Também foi afetado o Centro de Gestão da Rede Informática do Governo, organismo responsável pela rede que serve o executivo e o apoia nas comunicações e nos sistemas de informação e que arquiva negócios de segurança e defesa nacional, como a compra de material militar e comunicações entre gabinetes governativos.

ZAP //

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