Pizarro queixa-se da postura dos médicos. Negociações retomam, mas sem o mesmo otimismo

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Estela Silva / Lusa

O ministro da Saúde, Manuel Pizarro

O Ministério da Saúde e os os sindicatos representativos dos médicos vão retomar as negociações, na quinta-feira , após pedidos dos dirigentes sindicais para o recomeço imediato de conversações. Manuel Pizarro confessou que já esteve mais otimista e apontou o dedo à postura dos sindicatos, que “não se aproximam” das soluções do Governo.

A próxima quinta-feira vai ser marcada pelo regresso dos sindicatos médicos e do Governo à mesa das negociações, que foram sido interrompidas devido à demissão de António Costa, que abalou o país a 7 de novembro.

A ronda negocial contará com a presença do Ministro da Saúde, Manuel Pizarro, e do secretário de Estado da Saúde, Ricardo Mestre, adiantou o Ministério da Saúde, esta sexta-feira, em comunicado.

Previamente, na terça-feira, o secretário de Estado da Saúde receberá os sindicatos para uma reunião técnica dedicada a dois novos temas: regulamentação das Unidades de Saúde Familiar e dos Centros de Responsabilidade Integrados.

Pizarro queixa-se dos médicos

O ministro da Saúde já tinha anunciado esta manhã, em Vila do Conde, que iria convocar os sindicatos para uma nova ronda negocial após as negociações terem sido interrompidas na sequência da demissão do primeiro-ministro.

O governante admitiu, no entanto, que já esteve mais otimista sobre as negociações com os médicos porque não tem visto do lado daqueles profissionais de saúde “nenhuma aproximação” às posições do Governo.

“Para ser franco já estive mais otimista porque, a verdade, o que eu tenho visto nos últimos meses é o Governo a aproximar-se das posições e das reivindicações dos médicos e tenho visto que do outro lado não há nenhuma aproximação em relação a questões que eu acho que, algumas delas, os portugueses compreendem muito bem”, afirmou Manuel Pizarro.

Médicos em Bruxelas

Esta sexta-feira, a Federação Nacional dos Médicos (Fnam) foi a Bruxelas denunciar o atual cenário do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Em declarações à Antena 1, a presidente da Fnam disse que o objetivo é que a União Europeia (UE) ajude a fazer pressão e desbloquear um acordo entre os médicos e o Ministério da Saúde, “que sirva os médicos e os utentes”.

A Fnam e o Sindicato Independente dos Médicos têm exigido o retomar das negociações com a tutela, por considerarem que o Governo está em plenitude de funções e que não deve empurrar os problemas do Serviço Nacional de Saúde para o próximo executivo.

A última reunião entre o Ministério da Saúde e os sindicatos médicos estava agendada para o dia 8 de novembro, mas foi cancelada na sequência do primeiro-ministro, António Costa, ter pedido a demissão.

Esta sexta-feira, à margem de uma conferência sobre seguros em Lisboa, o ministro das Finanças, Fernando Medina, questionado sobre se o Governo ia voltar às negociações com os médicos, disse que o Governo está condicionado na sua ação.

ZAP // Lusa

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