O ano mais difícil de todos para Marcelo, muito cauteloso para Montenegro; a redoma de Pedro Nuno e a tranquilidade de Ventura.
Marcelo Rebelo de Sousa apareceu “muito derrotista” na sua mensagem de Ano Novo, muito focado nos assuntos internacionais, mas também com sugestões internas.
Isto porque o presidente da República “entra no ano mais difícil da sua vida política”, segundo Rui Pedro Antunes. “Serão 15 meses complicados”, avisa o editor de política na rádio Observador.
Mas também fica o aviso para eventuais adversários: Marcelo “não pode ser desvalorizado, a experiência política é importante – e é importante não estar contra ela. É bom que não estejam contra ele, ainda para mais se se sentir acossado e porque daqui a pouco tempo vai embora. Quando está picado, vai melhor”.
Um Marcelo livre é “mais perigoso” e Rui Pedro prevê um discurso em 2026 ainda mais “complicado”, porque este presidente da República “não precisa do poder efectivo para o exercer”.
Aproveitando o início do ano, o especialista em política aproveitou para prever o ano de Luís Montenegro, Pedro Nuno Santos e André Ventura.
Luís Montenegro deve entrar no ano “muito cauteloso”, sobretudo em relação à escolha do candidato às eleições presidenciais, e porque está “mais próximo de perder do que ganhar” as eleições autárquicas de Setembro deste ano.
Será um ano “muito difícil” para o primeiro-ministro; e não ter o presidente ao seu lado aumenta essa dificuldade.
Pedro Nuno Santos começa o ano igualmente com “muitas dificuldades”. Até porque, ironiza Rui Pedro Antunes, “o líder da oposição é Mário Centeno” – que já teve uma “prestação muito boa a atacar o défice e o secretário-geral do Governo”, que seria Hélder Rosalino mas saiu antes de tomar posse.
O PS até pode vencer as eleições europeias (que venceu, no ano passado), as autárquicas, Pedro Nuno pode aparecer à frente nas sondagens e, mesmo assim, a maioria no Parlamento continua a ser de direita. O secretário-geral do PS está “no meio de uma redoma, de onde é difícil sair”.
Já André Ventura terá um ano “mais tranquilo”. Vai continuar a “chantagear” o Governo por causa do Orçamento do Estado para 2026, deve subir nas autárquicas, já que a implementação nacional do Chega cresceu, e até pode ir à segunda volta das eleições presidenciais caso seja candidato.
Mas há outra perspectiva sobre o presidente do Chega: “Supostamente é o mais patriótico, mas está sempre melhor conforme o país esteja pior: se houver mais insegurança, mais problemas económicos, mais problemas com a imigração, melhor está André Ventura”.
“Não sei se o ano vai ser bom ou mau para o país mas, quanto pior for para o país, melhor é para o André Ventura. É quem tem o ano mais confortável, porque quem tem menos a perder”, finalizou o comentador político.
Tal como critico o Ventura pela falta de subtileza nas palavras, uso a mesma bitola com o Marcelo.