Presidente dos “azuis e brancos” comprou mais de mil ações da SAD num período em que tal não lhe era permitido por lei. Coima pode atingir os cinco milhões de euros.
O Presidente do Conselho de Administração da SAD do Futebol Clube do Porto, Jorge Nuno Pinto da Costa, comprou mais de mil ações da SAD do clube num período em que a lei não o permitia, avança o Jornal Económico esta sexta-feira.
Pinto da Costa, que tem adquirido com alguma regularidade títulos da sociedade que gere o clube da cidade do Porto, comprou separadamente 2740 ações e 1350 ações, nos dias 4 de janeiro e 1 de fevereiro, respetivamente. No entanto, uma das aquisições não está dentro da legalidade.
A Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) está a investigar a mais recente investida de Pinto da Costa, uma vez que, de acordo com a lei, os dirigentes estão impedidos de comprar ações no período de 30 dias que antecede a apresentação de contas — a SAD dos “dragões” deverá fazê-lo no próximo dia 15 de fevereiro, o que coloca Pinto da Costa numa posição de incumprimento.
A compra das 1350 ações, pelas quais Pinto da Costa pagou 1.660,5 euros, pode vir a ser considerada abuso de mercado pelo regulador, descreve o jornal. De acordo com o Código dos Valores Mobiliários, a coima aplicada nestas situações de incumprimento pode oscilar entre os 25 mil e os cinco milhões de euros.
A investigação surge numa altura conturbada para o FC Porto.
Em 31 de janeiro, a PSP deteve 12 pessoas — incluindo dois funcionários do FC Porto e o líder dos Super Dragões, Fernando Madureira —, no âmbito da Operação Pretoriano, que investiga os incidentes verificados numa Assembleia Geral (AG) extraordinária do clube.
De acordo com documentos judiciais, o Ministério Público sustenta que a claque Super Dragões pretendeu “criar um clima de intimidação e medo” na AG do FC Porto, em 13 de novembro de 2023, na qual houve incidentes, para que fosse aprovada a revisão estatutária, “do interesse da atual direção” ‘azul e branca’.
O MP acredita que vários dirigentes do FC Porto foram coniventes e incentivaram o clima de intimidação na Assembleia Geral de novembro, onde a frase “quem não está com Pinto da Costa, morre!” foi também proferida.
Ponto da Costa, um esqueleto incompleto. Um réptil viscoso, sem coluna vertebral, com um poder sórdido, sustentado no livre arbitrio e na impunidade.
Mas alguém dessa laia respeita a lei?