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Pico de casos pode acontecer já nos próximos dias. Mortalidade pode continuar elevada no Natal

Simone Venezia / EPA

Numa altura em que o número de novas e infeções e de óbitos não pára de subir, a ECDC prevê que Portugal deverá atingir até ao final do mês de novembro o pico de novos casos, mas o pico da mortalidade só deve acontecer no início de dezembro.

Os dados são do Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC) nas mais recentes projeções para a evolução da pandemia até ao dia 25 de dezembro.

De acordo com um relatório ao qual a TSF teve acesso, as estimativas para Portugal são bastante diferentes de países como Espanha, Itália ou França, onde os picos de novos casos e de mortes já aconteceram nas últimas semanas.

O especialista Manuel Carmo Gomes, professor da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, tem participado nas reuniões políticas com especialistas e disse à TSF que a previsão do ECDC tem algumas diferenças face ao que é esperado pela sua equipa na faculdade.

Contudo, as previsões reveladas são semelhantes, apesar de ser sempre difícil perceber de forma certeira quando é que se está no pico de uma doença.

O epidemiologista sublinha que o modelo do ECDC “é um modelo mecanicista, muito detalhado, que divide as pessoas por categorias, conforme a sua relação com a doença (se são suscetíveis, se estão infetadas, se já têm sintomas ou se já recuperaram), bem como pela forma como as pessoas contactam entre si”, explica, sublinhando que a projeção tem em conta dados a “médio-longo prazo”.

Numa altura em que o país vive uma situação bastante pior à que se conheceu na primeira vaga da doença, espera-se então que Portugal tenha o máximo de novos casos no final de novembro, e o máximo de mortos no início de dezembro, com um número diário de vítimas mortais que se pode manter elevado até ao Natal.

Manuel Carmo Gomes recorda que, por norma, há uma diferença de 1 a 2 semanas entre o pico de infeções e o pico de mortalidade.

“Nós temos uma projeção do pico para finais deste mês, eventualmente início do próximo, e depois um desfasamento de quase 15 dias para o pico dos óbitos”, considera o professor.

ZAP //

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