179 mil pessoas assinaram a petição que pedia a deportação de Justin Bieber por ser um mau exemplo para a sociedade americana, quase o dobro das assinaturas necessárias para que o pedido seja analisado pela Casa Branca. Agora, a batata quente está nas mãos do governo americano: o que fazer ao miúdo-problema?
“Nós, povo dos Estados Unidos, sentimos que não estamos bem representados no mundo da cultura pop. Gostaríamos que o perigoso, insensato, destrutivo e consumidor de drogas Justin Bieber fosse deportado e a sua autorização de residência revogada”.
Começa assim a petição – curta e grossa – que pedia a deportação do jovem cantor desde 23 de janeiro. Apesar das notas com algum humor, o texto foi levado muito a sério: 179 mil americanos subscreveram o pedido, que afirma que Bieber “não apenas ameaça a segurança do nosso povo mas é também uma péssima influência para os jovens da nossa nação. Nós, o povo, queremos que Justin Bieber seja afastado da nossa sociedade.”
O mínimo para que seja analisada pela Casa Branca eram 100 mil assinaturas, o que significa que já está na lista para ser analisada. Outros casos têm sido enviados para a Casa Branca com base no apoio popular, como aconteceu com o pedido para a construção da Estrela da Morte, uma estação espacial do universo Star Wars capaz de destruir planetas.
A resposta à petição para a deportação Bieber pode demorar várias semanas a ser respondida, mas nada garante que a resposta seja positiva. No caso da Estrela da Morte, uma petição com um tom claramente irónico, a resposta – que demorou dois meses a chegar – esteve à altura: “a Administração não apoia a destruição de planetas”.
O caso de Bieber é semelhante: os vistos para imigrantes nos Estados Unidos só podem ser retirados se houver um crime violento ou uma sentença de prisão de mais de um ano, podendo ser deportado se for declarado culpado de um delito com agravante, como um roubo ou posse de droga.
No caso de Justin Bieber, a polémica começou quando foi detido em Miami por participar numa corrida ilegal de automóveis, sob o efeito de álcool e droga. O site Hollywood Reporter calcula que, mesmo que seja condenado pelos delitos que tem vindo a cometer, terá no máximo seis meses de prisão por participar em corridas de carros ou por conduzir sob influência de substâncias. Ou seja, legalmente, pode não ser possível reunir elementos suficientes para que o jovem seja deportado.
Justin Bieber será formalmente acusado de condução sob a influência de substâncias tóxicas, velocidade excessiva e resistência, sem violência, às autoridades. O jovem cantor está em liberdade sob caução desde a passada quinta-feira e deveria ter comparecido numa audiência nesta segunda-feira, o que não aconteceu, pois se encontrava no Panamá.
Aline Flor, ZAP