Criatura pré-histórica, semelhante a um crocodilo, deixou pegadas com mais de 250 milhões de anos em KwaZulu, na África do Sul, que foram agora descobertas com recurso a drones e impressoras 3D.
Recorrendo a tecnologia moderna, nomeadamente drones e impressoras 3D, uma equipa de investigadores detetou pegadas marcadas no solo há 255 milhões de anos pelo anfíbio pré-histórico rhinesuchid temnospondyl na paleosuperfície Dave Green, localizada em KwaZulu, província da África do Sul.
A criatura ancestral, cuja figura física se assemelharia a um crocodilo, viveu milhões de anos antes dos dinossauros aparecerem na Terra, sendo também anterior à Extinção do Permiano-Triássico que destruiu 90% da vida terrestre, há 252 milhões de anos.
De acordo com a Smithsonian, a descoberta das pegadas do anfíbio é vista como relevante, uma vez que desvenda detalhes sobre o seu comportamento, nomeadamente a sua deslocação. Até ao momento, apenas o aspeto físico do anfíbio era conhecido, através de fósseis encontrados anteriormente.
Segundo a Eureka Alert, foi numa antiga lagoa ou planície de maré, no Mar pré-histórico Karoo, que os rastos deixados pelo anfíbio foram detetados.
Os investigadores conseguiram identificar sete distintas impressões corporais em locais onde o animal descansava, bem como marcas da sua cauda – usada para se impulsionar – na água.
“As descobertas deste estudo são significativas porque ajudam a preencher as lacunas do nosso conhecimento sobre estes animais antigos”, afirmam os autores do estudo publicado em maço na Plos One por David P. Groenewald, investigador da Universidade de Witwatersrand, na África do Sul.
“As notáveis trilhas e vestígios preservados na paleosuperfície de Dave Green são uma janela para a costa do Mar de Karoo há cerca de 255 milhões de anos e fornecem evidências diretas de como esses animais se moviam e interagiam com seu ambiente”, reforçam.
A criatura propulsionaria o corpo pela água fazendo, ocasionalmente, curvas fechadas. Tal como um crocodilo ou salamandra moderna, contorcer-se-ia pela areia, deixando assim uma impressão distinta.
Além das pegadas deixadas pelo gigante anfíbio, rastos de outras criaturas, de menor dimensão, foram detetados na paleosuperfície Dave Green — local que, segundo Groenewald, aparenta ser fértil em descobertas: “Sinto que cada vez que vou lá, encontro algo novo ou algo que nunca tinha visto antes”.