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Pedro Sánchez convoca eleições antecipadas para 28 de abril

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Mariscal / EPA

Pedro Sánchez, primeiro-ministro espanhol

 

O primeiro-ministro espanhol marca aquelas que vão ser as terceiras eleições legislativas em três anos e meio, depois de o Parlamento ter chumbado proposta de Orçamento.

 

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, comunicou ao Conselho de Ministros que irá convocar eleições para dia 28 de abril, segundo avançam vários diários espanhóis. A decisão de convocar eleições antecipadas surge depois de a sua primeira proposta de Orçamento do Estado ter sido chumbada pelo Parlamento na quarta-feira.

Pedro Sánchez é primeiro-ministro desde junho de 2018 apesar de ter apenas 84 deputados de um total de 350 que compõem o hemiciclo espanhol.

O partido mais votado nas últimas legislativas – realizadas em 2016 – foi o Partido Popular, então liderado por Mariano Rajoy, mas Sánchez aproveitou o desgaste da governação de direita para chegar ao poder.

O líder do PSOE apresentou uma moção de censura e, com o apoio do Podemos e dos independentistas, conseguiu afastar Rajoy do poder e chegar a primeiro-ministro. Entretanto, Rajoy foi substituído por Pablo Casado, que lidera aquele que continua a ser o partido com mais deputados no Parlamento.

O que Pedro Sánchez conseguiu, de acordo com o Observador, foi aplicar o que os espanhóis chamaram de “modelo português”, inspirado na “geringonça” de António Costa. A oposição aos socialistas optou por chamar à estranha coligação um “Frankenstein”.

O chumbo do Orçamento do Estado no parlamento nesta quarta-feira acabou por dar razão aos críticos desta solução governativa, já que Sánchez ficou encurralado entre a direita e os independentistas.

O PSOE jamais poderia ceder à principal pretensão dos independentistas catalães: a independência da Catalunha. Pedro Sánchez recusou reconhecer o “direito à autodeterminação” da Catalunha e os partidos independentistas recusaram continuar a dar a mão ao PSOE.

Na votação desta quarta-feira, os partidos aprovaram seis emendas à proposta de Orçamento do Estado, o que devolve o documento ao Governo e barra a proposta de Sánchez. Os partidos que inviabilizaram a proposta do PSOE foram a Esquerda Republicana da Catalunha (ERC) e Partido Democrata Europeu da Catalunha (PDeCAT), que são independentistas catalães, o Ciudadanos, a Coligação Canária, o Foro Astúrias, a União do Povo Navarro e ainda duas deputadas do Unidos Podemos.

A favor de Sánchez votaram o PSOE e o Unidos Podemos (expecto as duas deputadas), o Partido Nacionalista Basco e o Compromís. O resultado foi 191 votos a favor (das emendas da oposição), 156 contra e uma abstenção.

Se há oito meses os independentistas foram fundamentais para Sánchez chegar ao poder, agora também foram fundamentais para o Governo chegar ao fim. O ano de 2019 já ia ser particularmente rico em eleições em Espanha, já que a 26 de maio vai haver eleições autárquicas, eleições em grande parte das regiões e ainda eleições europeias.

Mesmo antes de Sánchez convocar eleições, os partidos em Espanha já estavam em clima de verdadeira campanha eleitoral.

A guerra com os independentistas tem um motivo. Nessa mesma terça-feira, dia 12, começou o julgamento dos políticos separatistas catalães, entre os quais o ex-vice-presidente do governo regional, Oriol Junqueras, a propósito do referendo independentista de 1 de outubro de 2017.

ZAP //

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