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PCP vetou Marisa Matias para presidente do grupo da esquerda unitária no Parlamento Europeu

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O PCP vetou o nome de Marisa Matias para presidente do grupo Esquerda Unitária Europeia. Comunistas e bloquistas pertencem à mesma bancada no Parlamento Europeu, que tem estado desde o início de junho a tentar encontrar um nome consensual para a presidência do grupo.

Uma das soluções que mais posições favoráveis reuniu desde o início foi o nome da eurodeputada do BE, que se candidatou a presidente. Era uma das favoritas para ficar com o cargo, mas precisava de unanimidade.

Porém, de acordo com o Observador, foram os vetos de PCP e do AKEL, comunistas do Chipre, que impediram que Marisa Matias chegasse à liderança do grupo. O PCP vetou ainda uma solução proposta na sequência do impasse gerado pela falta de consenso em torno do nome da bloquista que previa uma liderança partilhada.

No seio da esquerda unitária, “as decisões são tomadas por consenso, não há votos”, explica Marisa Matias ao Observador. “O meu nome não reuniu esse consenso”, admite. “Prefiro dizer apenas que não houve consenso”.

A dada altura, e quando se percebeu que os comunistas portugueses e cipriotas não iam ceder e nunca aceitariam o nome da eurodeputada do BE para presidente do grupo, houve uma solução que voltou a reunir um amplo consenso: uma liderança dividida entre Marisa Matias e João Ferreira. Numa das metades do mandato a presidência deste grupo, com 52 assentos, ficaria a cargo da bloquista e na outra seria assumida pelo eurodeputado comunista. Foi aqui que o PCP voltou a vetar.

A ex-eurodeputada socialista Ana Gomes, próxima da bloquista, chegou a comentar a situação no Twitter. “Ressentimento, despeito e inveja nunca são bons conselheiros“, escreveu, numa demonstração de solidariedade e num ataque direto aos comunistas portugueses.

Perante o impasse e com o início da nova legislatura à porta, foi encontrada uma solução provisória: uma liderança a quatro, com um presidente e três vice-presidentes. Em comunicado, o grupo da Esquerda Unitária Europeia confirmou que Marisa Matias e João Ferreira fazem parte deste leque, ambos como número dois. O presidente interino é Martin Schirdewan, do Die Linke (Alemanha), ficando o terceiro lugar de vice ocupado por Nikolaj Villumsen, da Aliança Verde, da Dinamarca.

Marisa Matias explicou que esta é uma “solução temporária que só começará a ser resolvida a partir do dia 16 de julho, quando a questão voltar a ser discutida no seio do grupo”. A segunda ronda negocial pode durar meses, já que o Parlamento Europeu encerra durante o mês de agosto. Sobre uma eventual recandidatura à presidência do grupo, a dirigente do BE não quis responder.

ZAP //

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