“PCP não apoia esse Programa de Estabilidade”, diz Jerónimo

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Jerónimo de Sousa

Jerónimo de Sousa

O secretário-geral do Partido Comunista disse esta terça-feira, em Belém, que o documento possui constrangimentos europeus que podem afetar o crescimento português.

Terça-feira foi o dia escolhido pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, para ouvir os partidos de esquerda no Palácio de Belém, em Lisboa.

À saída da audiência, o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, que foi ouvido durante a manhã, foi claro nas respostas aos jornalistas: “O PCP não apoia esse Programa de Estabilidade”.

De acordo com o Diário de Notícias, o líder comunista considerou que tanto o Programa de Estabilidade como o Programa Nacional de Reformas são “filhos” do semestre europeu e que há “constrangimentos que amarram de pés e mãos” o país.

Jerónimo afirmou que “esses constrangimentos têm que ser resolvidos” porque, caso isso não se venha a concretizar, “infelizmente a vida dará razão ao PCP”.

Sobre a eventual votação dos dois documentos, o secretário-geral do PCP nem sequer põe essa hipótese em causa: “não vai haver votação, creio eu”, declarou aos jornalistas.

Ainda da parte da manhã foram ouvidos os representantes do PAN e do PEV, sendo que as reuniões com BE e PS ficaram reservadas para a tarde, uma vez que na agenda do Presidente está uma deslocação até ao Estoril Open.

O deputado do PAN, André Silva, foi o primeiro a encontrar-se com Marcelo, que considera que cabe ao Governo “querer ou não levar” os dois documentos a votação, admitindo que ainda não analisou a proposta de resolução do CDS.

Segundo o Observador, o deputado do Pessoas-Animais-Natureza afirmou que, acima de tudo, “é necessário que haja estabilidade ao nível interno no país”.

Já os Verdes, representados por Heloísa Apolónia, fizeram questão de mostrar que estão em sintonia com o Governo socialista e que são “um projeto sério”.

“Colocamos ao Presidente da República a questão de considerarmos importante que os acordos e, neste caso a posição conjunta que assinámos com o PS, estar a ser cumprida e que o Governo do PS não pensa sequer em cortes salariais, de pensões, aumento de impostos diretos nem no aumento do IVA, que seriam questões que não estariam de acordo com a posição conjunta que assinamos”, assinala a deputada, citada pelo mesmo jornal online.

“Somos leais, somos sérios. O PS também sabe que é assim. As nossas posições, não as deixaremos de afirmar. Sabemos que há coisas com que concordamos com o PS, há outras em que não. A lealdade funciona assim mesmo”, explicou.

ZAP

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