O eurodeputado do PSD Paulo Rangel defendeu hoje a introdução do voto preferencial nas próximas eleições europeias, passando as listas de candidatos a ser ordenadas pelos eleitores e não pelos partidos.
“Em vez de serem os partidos a ordenar as listas, seriam os eleitores a ordenar a hierarquia da lista. Com uma boa campanha eleitoral penso que seria uma novidade interessante”, disse Paulo Rangel, em Coimbra, durante uma conferência sobre a revisão constitucional.
Paulo Rangel assumiu que a proposta é “arrojada” mas argumentou que não terá custos para o Estado e constituirá “um sinal de devolução do poder à população”.
A mudança, adiantou o eurodeputado do PSD, que falava numa conferência promovida pelo Fórum Democracia e Sociedade, dará “outra força ou legitimidade” aos deputados eleitos.
Aludindo à reforma do sistema político, considerou-a uma reforma “fundamental”, alegando que o atual sistema, “fechado” e centrado nos partidos “está esgotado”.
Defendeu, a esse propósito, a mudança do sistema eleitoral para a Assembleia da República, com introdução dos círculos uninominais e abertura a candidaturas independentes.
“Podia-se aceitar independentes. É importante porque obriga os partidos a deixar critérios clubísticos e fazer escolhas com critérios racionais”.
Presente no debate, o eurodeputado do PS, Vital Moreira, admitiu que o novo modelo possa vir ser atraente, defendendo que ele seja testado nas eleições europeias, embora a título experimental.
O eurodeputado do PS explicou que em vez dos nomes dos partidos, nos boletins de voto passaria a estar o nome das forças partidárias e os seus candidato.
O voto preferencial “passaria a dar poder de escolha aos eleitores, não só no partido mas passava a ser um ‘buffet’ de onde escolheriam os seus candidatos”, ilustrou.
Embora lembrando que o sistema está em vigor em vários países, Vital Moreira avisou que “muito poucos” eleitores alteram a ordem dos candidatos voto o que permite “a uma minoria” decidir uma hierarquia diferente da lista apresentada pelo partido.
Por outro lado, segundo Vítor Moreira, passariam a existir duas campanhas eleitorais – a dos partidos e a dos candidatos – e a “tentativa” do financiamento separado, disse.
/Lusa