Parkinson e ambição cega. Biden precisa de cábulas — e Trump quer round 2

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SARAH YENESEL/EPA

Joe Biden, presidente dos EUA

The New York Times quer novo candidato e pede-se nova cábula para o presidente dos EUA com a instrução: “Caminhe até ao pódio, sorria e acene adeus”. Casa Branca diz que Biden não tem Parkinson, mas os especialistas discordam.

Esta semana será decisiva para o futuro do ainda presidente dos EUA, Joe Biden.

Os últimos dias não têm sido nada fáceis. Depois da desastrosa performance no debate contra o candidato republicano Donald Trump, seguiu-se um “vaivém”, com o presidente alegadamente a admitir abandonar a candidatura e, pouco depois, a entrar de rompante numa reunião do Comité Nacional do Partido para garantir: “ninguém me vai empurrar para fora”.

A reunião da NATO desta terça-feira nos EUA, no 75.º aniversário da organização, está certamente a colocar Biden sob os holofotes internacionais.

O presidente dos EUA já discursou, sem hesitações e com palavras firmes.

“O discurso do presidente provavelmente forneceu pouco ‘sumo’ para seus críticos usarem contra si e destacou o trabalho que tem feito para fortalecer e expandir a NATO”, disse Anthony Zurcher, correspondente da BBC News.

Apesar de estar em terreno familiar, um pequeno deslize pode derrubar o candidato da corda bamba onde já se encontra.

“Não parece compreender que ele é o problema”

Esta quarta-feira foi a vez da direção do The New York Times, o jornal mais influente entre os progressistas norte-americanos, de pedir (outra vez) a substituição de Joe Biden na corrida eleitoral.

“Uma campanha de sussurros é inadequada neste momento, porque o momento é urgente: quanto mais Biden se agarrar à sua nomeação, mais difícil será substituí-lo”, lê-se no editorial assinado por toda a direção a pedir um novo candidato.

O jornal acusa Biden de ambição cega: “À medida que a situação se torna mais crítica, (Biden) passou a considerar-se indispensável. Não parece compreender que ele é o problema e que a melhor esperança para os democratas manterem o controlo da Casa Branca é que ele se afaste”.

O The Guardian faz referência às fotografias das cábulas encontradas mãos de Joe Biden, em que se liam instruções básicas como “caminhe até ao pódio”. Em artigo de opinião desta terça-feira pede-se no jornal que lhe deem uma nova instrução: “Caminhe até ao pódio, sorria e acene adeus”.

“Características clássicas” de Parkinson

Esta terça-feira, a Casa Branca teve mesmo de vir a público garantir que o candidato republicano não está a ser tratado para a doença de Parkinson nem foi visto por nenhum neurologista fora dos seus exames anuais regulares, depois de vários órgãos de comunicação terem avançado que um especialista da doença teria estado na Casa Branca por oito ocasiões entre agosto e março.

No entanto, um especialista em Parkinson diz que “Biden tem as características clássicas da neurodegeneração”.

O Presidente apresenta sinais de “bradicinesia” ou “lentidão de movimentos”, que são sintomas “característicos” da doença de Parkinson, explicou o neurologista Tom Pitts à NBC News esta segunda-feira.

Apesar de nunca ter examinado Biden pessoalmente, diz que vê as características do presidente “20 vezes por dia” no seu consultório.

“Tem as características clássicas da neurodegeneração, como dificuldade em encontrar palavras”, fruto de “uma degeneração da área de recuperação de palavras”.

Além disso, também apresenta sinais de bradicinesia — um dos principais sitnomas da doença de Parkinson. “Biden perdeu o movimento do braço devido à rigidez”, explica o especialista.

E o que a sua campanha disse ser uma constipação no debate contra Trump também é uma caraterística do Parkinson, acrescentou o neurologista.

Trump quer segundo round — de debate e de golfe

Com dois meses de campanha pela frente, o ex-presidente Donald Trump parece estar a tentar aproveitar ao máximo o momento de fraqueza do adversário.

Esta semana, Trump desafiou Biden para um novo debate, sem moderadores. “Estou oficialmente a dar a Joe a chance de se redimir diante de todo o mundo”, disse num comício na Florida.

“Vamos fazer outro debate esta semana para que o sonolento Joe Biden possa provar a todos que tem o que é preciso para ser presidente, mas desta vez será homem a homem, sem moderadores, sem restrições: a qualquer momento, em qualquer lugar”, disse o candidato republicano.

E Trump não se esqueceu do golfe, que veio à baila no último debate.

Depois de atacar as capacidades físicas e as habilidades de golfista de Joe Biden, Trump convidou o presidente para “uma partida de 18 buracos” em Doral.

Tomás Guimarães, ZAP //

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2 Comments

  1. Ao que a América chegou! Sempre pensei que esse país fosse mais evoluído. Afinal pouco se distingue de muitos países do Terceiro Mundo. Para estar tão agarrado ao lugar, será que o Biden precisa de exercer dois mandatos para ter direito à reforma + regalias? Era país onde não gostaria de viver. Tem leis arcaicas e que não lembram ao diabo.

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