Paquistão tem taxa de mortalidade por Covid-19 comparativamente baixa. Já a Turquia ultrapassou os 2000 mortos

Segundo as estatísticas oficiais, a taxa de mortalidade no Paquistão não é tão elevada como na Europa, Estados Unidos, China e outros países, facto que pesou na decisão do Governo em aliviar o confinamento, decretado a 23 de março.

Num artigo publicado esta segunda-feira, o Expresso avançou que o país tem 8418 casos de Covid-19 – 46 são graves -, 176 mortos e 1970 recuperados. A nível mundial, registam-se 2,4 milhões de infetados, 165 mil mortos e cerca de 629 mil recuperados.

O Estado apoiou 2,8 milhões de famílias pobres com subsídios equivalentes a 80 dólares (74 euros) por agregado. Contudo, no país com 220 milhões de habitantes, um quarto da população vive abaixo do limiar da pobreza. Em situação de confinamento, estas pessoas dependem cada vez mais dos apoios sociais ou das esmolas.

“Ou morremos de fome ou saímos à rua e morremos por causa do coronavírus. De uma forma ou de outra enfrentamos a morte. O que não podemos é ficar o dia inteiro em casa a olhar para os filhos famintos”, explicou Gul Shah, um trabalhador precário de Islamabade, capital do Paquistão, em declarações ao Expresso.

O Paquistão disponibilizou também oito mil milhões de dólares (7364 milhões de euros) para ajudar as pequenas empresas. Mas estas também têm desafiado o confinamento.

“Queremos evitar que as pessoas morram por causa do vírus mas, por outro lado, também não queremos que morram à fome por causa do confinamento. O sistema público de saúde está assoberbado e não temos como continuar a financiá-lo”, afirmou o primeiro-ministro paquistanês, Imran Khan, num discurso televisivo, que acabou por autorizar o recomeço da atividade na construção civil e na agricultura.

De acordo com o Expresso, naquele país, o vírus pode ter sofrido uma mutação para uma variante menos agressiva, visto que os números de casos são comparativamente reduzidos, a maioria assintomática.

“O vírus sofre mutações à medida que se desloca de uma população para outra. Precisamos de estudar mais o coronavírus no Paquistão”, afirmou Khalid Mahmood, diretor-geral da Getz Pharma, a única farmacêutica certificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no país.

Maxim Shipenkov / EPA

Médicos paquistaneses apontam para uma resposta imunitária mais eficaz, talvez estimulada por factores psicológicos e religiosos. Padrões alimentares tradicionais também poderão ajudar, com o uso do mel, tâmaras e sementes, com especialistas a especular que daí deriva o elevado número de casos assintomáticos.

Embora Imran Khanm tenha pedido para não se tirarem conclusões precipitadas enquanto a escala real da propagação do vírus não estiver esclarecida, o médico Amjad Mehmood, responsável pelo Centro de Emergência Nacional de Saúde em Islamabade, indicou: “Vamos assistir a uma redução da taxa de mortalidade nas próximas semanas, provavelmente logo no início de maio”.

Turquia ultrapassa dois mil mortos

Enquanto isso, a Turquia registou 127 novas mortes de pessoas infetadas com o novo coronavírus, contando agora com um total de 2.017 mortos, com 86.306 doentes identificados no país, anunciou esta segunda-feira o ministro da Saúde, Fahrettin Koca.

A informação foi divulgada pelo governante turco numa mensagem no Twitter, na qual deu também conta que foram detetados 3.977 novos casos de infeção por covid-19 nas últimas 24 horas, elevando o total para 86.306 pessoas, avançou a agência Lusa.

A Turquia é o país do Médio Oriente mais atingido pela pandemia em termos de casos de infeções, à frente do Irão, segundo a última contagem da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore, nos Estados Unidos (EUA).

O Governo de Ancara implementou uma série de medidas para limitar a disseminação da Covid-19, incluindo o fecho de escolas e universidades e a proibição de ajuntamentos de pessoas. No sábado, o Ministério do Interior prolongou a proibição de viagens interurbanas por estrada, ar ou mar, por mais duas semanas.

A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 160 mil mortos e infetou mais de 2,3 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 518 mil doentes foram considerados curados. A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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