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Afinal, “papagaio-mor do reino” é um comentador televisivo. Brazão iliba Marcelo e Costa no caso Tancos

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António Cotrim / Lusa

O major Vasco Brazão da Polícia Judiciária (PJ) durante a sua audição na Comissão Parlamentar de Inquérito

O inspector-chefe da Polícia Judiciária Militar, o major Vasco Brazão, garante que quando falou em “papagaio-mor do reino” se referia a um comentador televisivo e não ao Presidente da República, no âmbito do esquema da recuperação das armas roubadas em Tancos. E também iliba António Costa de responsabilidades.

A expressão utilizada pelo major foi captada nas escutas telefónicas realizadas pela Polícia Judiciária (PJ) no âmbito do caso do roubo de armas em Tancos. O processo judicial tem 23 arguidos, entre os quais Vasco Brazão e o ex-ministro da Defesa Azeredo Lopes. Entre os arguidos, 9 são acusados de terem planeado e roubado as armas nos paióis, e os outros 14 são suspeitos de terem encenado a recuperação do material de guerra.

Nas escutas telefónicas realizadas, no decurso da investigação, a expressão “papagaio-mor do reino” registada numa conversa do major Vasco Brazão levou à suspeita de que ele estaria a falar de Marcelo Rebelo de Sousa e de que o Presidente da República estaria a par dos detalhes da encenação.

Mas o major assegura agora, em declarações ao Expresso, que “falava de um comentador televisivo, utilizando uma alcunha” que diz usar “habitualmente” para se referir a ele. “Essa conversa com a minha irmã é completamente inócua para o processo. Eu quis tranquilizá-la”, atesta ainda, concluindo que pode “não ter sido feliz nos termos utilizados” numa altura em que a sua família “estava sob uma grande pressão, porque decorria a comissão parlamentar de inquérito” e ele “estava em prisão domiciliária”.

O inspector-chefe da Polícia Judiciária Militar (PJM) considera também que “é abusivo o caso que se quis fazer acerca de uma conversa que nem é relevante para o objecto do processo”.

Vasco Brazão iliba, desta forma, Marcelo Rebelo de Sousa. “Sempre vi, nas suas declarações públicas, o Presidente da República muito empenhado em que se descobrisse toda a verdade sobre este caso, o que me leva a acreditar que fala verdade quando afirma que desconhecia os termos da operação da PJM”, aponta no Expresso.

O major também diz que não tem dados que indiquem que o primeiro-ministro tinha conhecimento do processo, mas “o então ministro da Defesa seguramente sabia o que se estava a passar”, nota, apontando o dedo a Azeredo Lopes na encenação. Uma operação que assegura ter sido “dirigida pelo director-geral da PJM, o coronel Luís Vieira, com o conhecimento e acompanhamento do director de investigação criminal da PJM, o coronel Manual Estalagem”, que não está entre os arguidos do caso.

Vasco Brazão também justifica o facto de não se ter informado o Ministério Público, nem a PJ, da operação de recuperação das armas com o “desígnio de assegurar a recuperação do material de guerra furtado, cujo desaparecimento constituía um risco gravíssimo para a segurança nacional”.

“Não negociámos com ninguém, trabalhámos com um informador, de cuja existência tomámos conhecimento através da GNR de Loulé“, acrescenta o major.

ZAP //

13 Comments

  1. – Então quem era afinal o papagaio-mor do reino, eh? Querem ver que o visado era o Ricardo Araújo Pereira?! Ou seria o Pedro Mexia?!

  2. Mais uma palhaçada a juntar a tantas outras. Afinal o papagaio-mor era um da TV, mas não diz quem é. Podia dizer o nome para também o público aferir se esse tal é um papagaio ou não. CAMBADA!! E os pagadores de impostos a pagar para essas corjas!!

  3. Como pode um país chegar longe quando tem inspectores gerais com o perfil de ” moços de esquadra”. Coragem teve o nosso Capitão Salgueiro Maia quando reuniu o esquadrão e comunicou: “Existem vários tipos de Estado entre os quais o estado a chegámos”. Na altura teve coragem e nos tempos que correm teve raźão.

  4. Este Brazão, alem de ser um criminoso, também nos saiu um belo papagaio!…
    Até tem piada, vermos este “artista” que foi que preparou esta encenação toda, a apontar o dedo a outros – além de ter escondido tudo do MP e da PJ!!

  5. Perante afirmação tão desconfortável é evidente que este concluiu que melhor seria inventar outro papagaio não fosse o diabo tece-las e assim faz de conta que ninguém ficará a saber quem é o verdadeiro papagaio-mor.

  6. Sr. Major, ao menos por uma vez tenha a coragem de assumir as suas atitudes e não faça de nós parvos! Todos nós sabemos muito bem a quem se referia!
    Mal vai o Exército, quando os nossos Soldados abdicam das suas obrigações para com a Pátria e se vergam aos jogos dos políticos….
    Não foi isso que certamente lhe incutiram nos bancos da Escola do Exército…

  7. Mas…
    Não me levem a mal.. (sei que vão levar).
    Afinal para que precisamos de forças armadas?!
    Soberania! Põem os “patriotas” ao peito…
    E eu Respondo…
    ãh?! WFT??!

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