Papa contradiz rumores. Para já, não vai renunciar ao cargo

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O Papa Francisco desfez as dúvidas quanto à sua renúncia, afirmando publicamente que a hipótese não está em cima da mesa, depois de no mês passado se terem adensado os rumores sobre essa possibilidade.

À agência Reuters, Francisco disse que a possibilidade de abdicar do cargo não lhe passou pela cabeça quando agendou a visita à cidade italiana de L’Aquila. Na altura, ao Vaticano anunciou que o Papa realizaria a visita em agosto para participar numa celebração anual que ocorre todos os verões na cidade.

É nessa cidade que está sepultado o Papa Celestino V, que liderou a Igreja Católica entre julho e dezembro de 1294, altura em que renunciou ao cargo, sendo o primeiro a abandonar voluntariamente. Em 2009, o Papa Bento XVI visitou L’Aquila e depositou o seu pálio no túmulo de Celestino V. Quatro anos depois, renunciou ao papado.

“Todas estas coincidências fizeram alguns pensar que a mesma ‘liturgia’ iria acontecer. Mas nunca me passou pela cabeça. Para já não, para já não. A sério”, disse Francisco à Reuters. Contudo, com 85 anos e vários problemas de saúde, não descartou a possibilidade de vir a renunciar ao cargo no futuro.

Em maio, Francisco foi submetido a uma operação num joelho, em que habitualmente tinha dores fortes, o que o obrigou a cancelar uma viagem ao Sudão do Sul e à República Democrática do Congo. Durante a mesma entrevista o Papa desvalorizou ainda os rumores de que tem cancro.

Francisco indicou que quer ir a Moscovo e a Kiev para atuar em nome da paz no contexto da guerra lançada pela Rússia contra a Ucrânia, contando que foram feitos contactos de alto nível entre o chefe da diplomacia vaticana, o cardeal Pietro Parolin, e o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergey Lavrov.

“Gostava de ir [à Ucrânia] e queria ir primeiro a Moscovo. Trocámos mensagens sobre isto porque pensei que se o Presidente russo me desse uma pequena janela para servir a causada paz…”, disse Francisco.

E acrescentou: “agora é possível, quando voltar do Canadá, organizar uma visita à Ucrânia. A primeira coisa seria ir à Rússia para tentar ajudar de alguma forma, mas gostava de ir às duas capitais”.

ZAP //

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