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Papa Francisco diz que Donald Trump não é Cristão – mas o preservativo talvez seja

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Mazur/catholicnews.org.uk / Flickr

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O Papa Francisco teceu esta quinta-feira duras críticas ao bilionário e atual candidato à presidência dos Estados Unidos.

O Papa Francisco disse esta quinta-feira, dia em que regressou ao Vaticano depois da sua visita ao México, que o bilionário Donald Trump não pode ser cristão, avança a BBC.

Em causa estão as declarações do candidato à Casa Branca, que recentemente afirmou que o Papa Francisco seria um “peão” do Governo mexicano.

“Se sou um peão, talvez, não sei. Deixo isso ao julgamento das pessoas”, começou por responder o Sumo Pontífice a um jornalista.

“E uma pessoa que pensa apenas em construir muros em vez de erguer pontes, onde quer que sejam, não é cristã. Não é a palavra de Deus”, criticou.

O Papa refere-se à posição assumida pelo candidato relativamente à política de imigração nos Estados Unidos, que já prometeu deportar os imigrantes e construir um muro na fronteira com o México caso seja eleito.

“Não me vou envolver na questão de em quem os americanos devem votar. A única coisa que posso dizer é que este homem não é cristão se falou coisas deste género”, afirmou.

Donald Trump aproveitou a ação de campanha na Carolina do Sul para responder ao Papa, considerando que “um líder católico questionar a religião de qualquer pessoa é vergonhoso“.

“Se o Vaticano for atacado pelo Estado Islâmico, o Papa vai pensar que devia ter rezado para que Donald Trump fosse presidente porque não teria deixado isso acontecer”, afirmou o republicano, citado pelo The Guardian.

Mas, poucas horas depois dessa troca de palavras, Trump arrependeu-se e tentou dar a volta à situação, afirmando ter “muito respeito pelo Papa”.

“Tenho muito respeito pelo Papa. Tem muita personalidade e penso que está a fazer um ótimo trabalho, tem muita energia”, declarou o bilionário, citado pela BBC.

O americano considera ainda que Francisco pode estar mal informado sobre a questão do muro na fronteira, uma vez que não está tão a par do tráfico de droga e de outros problemas que tornam esta proposta uma necessidade.

Ainda esta semana, o candidato também foi alvo de críticas de Barack Obama, que deixou claro que a presidência “não é um reality-show” mas sim “um trabalho sério”.

O Papa também teve de responder a outras perguntas, nomeadamente sobre o surto do Zika no continente sul-americano, e defendeu o uso de métodos contracetivos para controlar as possíveis sequelas do vírus.

“O aborto não é o menor de dois males. É um crime. Matar uma pessoa para salvar a vida de outra é o que a máfia faz. É um mal absoluto. No caso de evitar a gravidez, usar preservativo não é um mal absoluto“, defendeu.

“O Papa Paulo VI permitiu que as freiras no continente africano usassem contraceção em casos de violação. Agora não confundam o mal de evitar a gravidez com o aborto”, declarou.

ZAP

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