O Papa Francisco defende na sua mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais 2016 que a comunicação nas redes sociais e no mundo digital pode ser “autêntica” e “humana”.
“Emails, SMS, redes sociais, chats podem ser formas de comunicação plenamente humanas. Não é a tecnologia que determina se a comunicação é autêntica ou não, mas o coração do homem e a sua capacidade de fazer bom uso dos meios ao seu dispor”, escreve, num texto intitulado ‘Comunicação e Misericórdia: um encontro fecundo’.
O Dia Mundial das Comunicações Sociais é celebrado desde 1966 no domingo anterior à festa do Pentecostes, que este ano se assinala a 8 de maio.
Depois de assinalar que as redes sociais são capazes de “favorecer as relações e promover o bem da sociedade” e de ajudar na construção de “uma verdadeira cidadania”, o Papa deixa alertas em relação a uma possível “maior polarização e divisão entre as pessoas e os grupos”.
“O ambiente digital é uma praça, um lugar de encontro, onde é possível acariciar ou ferir, realizar uma discussão proveitosa ou um linchamento moral”, precisa.
A celebração de 2016 é colocada no contexto do ano santo extraordinário (dezembro de 2015-novembro de 2016), o Jubileu da Misericórdia convocado pelo Papa, deixando votos de que todos consigam ser “mais abertos ao diálogo”.
“Comunicar com misericórdia significa contribuir para a boa, livre e solidária proximidade entre os filhos de Deus e irmãos em humanidade”, pode ler-se na mensagem pontifícia.
Francisco sustenta que o acesso às redes digitais implica “uma responsabilidade pelo outro”, por alguém que, mesmo não sendo visível, “é real, tem a sua dignidade que deve ser respeitada.
O Papa volta a afirmar que a comunicação e a internet são um “dom de Deus”, que implicam uma “grande responsabilidade”.
“A comunicação tem o poder de criar pontes, favorecer o encontro e a inclusão, enriquecendo assim a sociedade”, realça.
O Papa aconselha todos a escolher “cuidadosamente” palavras e gestos para superar “incompreensões” e construir “paz e harmonia”.
A mensagem do Papa é publicada anualmente por ocasião da festa litúrgica de São Francisco de Sales, padroeiro dos jornalistas, que se celebra a 24 de janeiro.