A Comissão Política Permanente Regional do PAN-Madeira anunciou esta terça-feira a sua dissolução devido à “atitude centralista dos órgãos nacionais do partido em Lisboa”.
“A razão de tal decisão unânime é motivada pela atitude centralista dos órgãos nacionais do partido em Lisboa, que, de há muito tempo para cá, têm revelado uma completa falta de abertura às nossas propostas, tendo demonstrado uma total falta de compreensão em relação às especificidades regionais insulares e não dando espaço a esta comissão para agir regionalmente de acordo com as realidades locais”, refere a estrutura madeirense, em comunicado.
A nota distribuída esta terça-feira salienta que “o PAN, através dos seus órgãos sediados em Lisboa, é dos poucos partidos de entre o espetro político nacional que não possibilita que as suas delegações regionais possam decidir com autonomia integrar coligações de âmbito autárquico ou regional”.
“Era vontade deste órgão regional integrar a coligação ‘Confiança’ no Funchal e estar aberto a integrar outras coligações onde o ideário do partido fosse respeitado e as suas causas potenciadas. A Comissão Política Nacional do PAN vetou autoritariamente tal abertura manifestada por nós”, acrescenta o comunicado.
A Comissão Política Permanente Regional denuncia ainda que a direção nacional impossibilitou a manutenção da sede regional, não tendo facilitado os meios logísticos necessários e “sabotado os meios de ação política para aplicar, à realidade regional madeirense, os ideais do partido”. “Só resta aos responsáveis regionais do PAN-Madeira esta decisão que visa dignificar tudo o que ao longo destes anos o PAN Madeira alcançou e contribuiu para alcançar”, observa.
A Comissão Política Permanente Regional do PAN lembra que “durante anos, o PAN-M foi a nível nacional o único motor do PAN”. “Através da nossa representação parlamentar regional e da nossa integração na coligação ‘Mudança’ no Funchal conseguimos lutar pelas causas avançadas que sempre nos identificaram”, declara.
“A decisão do Funchal de não permitir circo com exploração animal, o novo paradigma de gestão da causa animal na capital madeirense, a proposta de não abate de animais na região, estas e outras medidas no âmbito da causa ambiental falam por nós e pelo nosso trabalho de anos, desvalorizado pelos atuais órgãos nacionais do partido”.
Por isso, a Comissão Política Permanente Regional do PAN conclui: “com a consciência tranquila decidiu dissolver os órgãos regionais na Madeira do partido”. “Agradecemos aos madeirenses que ao longo destes anos confiaram em nós e nos deram o seu apoio e voto e exortamos a continuação da luta pelas causas animal, ecológica e humanitária de uma perspetiva holística, por parte do povo madeirense”, termina a nota.
Nas eleições legislativas regionais de outubro de 2011, o PAN, ao obter 2,13% dos votos, elegeu o seu primeiro deputado em Portugal, Rui Manuel dos Santos Almeida. Nas autárquicas de 2013, o PAN integrou a coligação ‘Mudança’ [que incluía o PS, BE, MPT, PTP e PND] que derrotou e desapossou o PSD de 37 anos na governação da Câmara Municipal do Funchal.
// Lusa
Pelo mesmo motivo Portugal deveria dissolver-se.