PAN admite dialogar com o partido que precisar de maioria (desde que não seja o Chega)

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Manuel de Almeida / Lusa

A deputada do PAN, deputada Inês Sousa Real

A porta-voz do PAN admite que o partido está disponível para chegar a entendimentos com o PS e o PSD depois das eleições legislativas. A linha vermelha é o Chega.

Numa entrevista ao jornal Público e à rádio Renascença, Inês Sousa Real afirmou que, depois das eleições legislativas, o PAN estará disponível para dialogar com o partido que precisar de maioria parlamentar, desde que não seja o Chega.

“O PAN estará sempre disponível para fazer avançar as suas causas. Não se limita à nossa responsabilidade fazer oposição só porque sim ou rejeitar as propostas do Governo, mas fazer o trabalho de casa e apresentar soluções alternativas. Isso dá muito trabalho e implica muita capacidade de diálogo e negociação”, declarou.

“O PAN não se furtará, nem baixará os braços, mesmo com forças políticas mais conservadoras em relação aos costumes, com exceção do Chega. É a nossa linha vermelha. É uma força populista, antidemocrática. Não nos identificamos minimamente com o seu ideário”, acrescentou.

A porta-voz do PAN não escondeu a ambição de integrar um Executivo, mas considerou que o mais importante será avaliar como é que o partido pode avançar com as suas causas de forma mais eficaz: “se fazendo ou não parte de um Governo ou estando na oposição”.

A deputada admitiu ainda que o PAN gostaria de assumir a pasta do Ambiente, mas sabe bem que dificilmente lhe dariam esse prazer porque iria haver “uma verdadeira revolução verde no país”.

“Acho que teríamos governantes para todos os ministérios, mas é difícil compaginar aquilo que é a nossa visão com a visão mais conservadora dos partidos que têm estado no poder e que está ultrapassada”, disse.

Questionada sobre um eventual novo modelo governativo, Inês Sousa Real considerou que é “importante que a Economia deixe de subjugar áreas tão relevantes como o Ambiente”.

Por isso, a sua sugestão seria “criar uma pasta da Economia e das Alterações Climáticas e perceber a visão que é trazida para o país, o investimento que tem de ser feito e que se tem de priorizar o combate às alterações climáticas”.

Por outro lado, a deputada também acha que se devia alterar o Ministério do Ambiente, passando este para Ministério do Ambiente, Biodiversidade e Proteção Animal.

“A Agricultura está manifestamente obsoleta, por isso não queremos os animais no Ministério da Agricultura”, afirmou na entrevista.

ZAP //

2 Comments

  1. mais vale ter o PAN como fiel da balança, impondo restriçoes ao partido no governo mas permitindo a governação, do que haver uma maioria absoluta ou uma entente com partidos extremistas, irresponsáveis ou bloqueados no passado.

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