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O país está a arder – e faltam bombeiros para tantos incêndios

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Nuno André Ferreira / Lusa

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Os bombeiros não têm mãos para tantos fogos que continuam a afectar o país. Entre domingo e segunda-feira, houve cerca de 800 incêndios em todo o território e no terreno nota-se a falta de meios para fazer frente à ameaça.

Neste momento, haverá mais de 100 incêndios activos, mas entre domingo e segunda-feira houve cerca de 800 fogos, avança a Renascença.

As situações mais complicadas verificam-se nos distritos de Aveiro, Porto, Viana do Castelo e Madeira, com 13 fogos a serem classificados como preocupantes pelas autoridades da Protecção Civil.

Em declarações à agência Lusa, o Adjunto Nacional de Operações da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), Miguel Cruz, disse que as 13 situações são difíceis, mas os fogos que apresentam maiores dificuldades e desafios na resolução são os de Arouca, no distrito de Aveiro, Vila Nova de Cerveira, no distrito de Viana do Castelo, e Gondomar, no distrito do Porto.

Um morto em Valongo

Um homem, de 57 anos, faleceu em Valongo, devido a paragem cardio-respiratória, numa altura em que o bloco de apartamentos onde vivia, no bairro social da Outrela, tinha um incêndio à porta.

O fogo foi controlado, sem destruir qualquer residência, e o INEM ainda tentou reanimar o homem, mas sem o conseguir, relata o Jornal Novo de Valongo, citado pelo Diário de Notícias.

Noutro incêndio no mesmo concelho, na zona da Quinta da Lousa, houve casas e fábricas ameaçadas, mas o fogo já foi “dominado”, indicou o adjunto de comando dos Bombeiros Voluntários de Valongo, Cláudio Azevedo.

Porto não tem bombeiros para tantos incêndios

Nesta altura, o distrito do Porto regista “31 incêndios rurais”, mobilizando “570 operacionais e 162 veículos”,  avança o responsável pelo Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) do Porto, Carlos Alves.

Este elemento revelou ainda à Lusa que “não houve reforço de meios de combate aos incêndios” no distrito, onde está activado o Plano de Emergência, devido ao esgotamento dos recursos disponíveis no país.

“Não há capacidade de reforço de meios. O combate tem sido feito com a prata da casa. Não havendo capacidade de reforço de meios no país, [os bombeiros] vêm de onde?”, lamentou Carlos Alves.

O presidente da Comissão Distrital de Protecção Civil (CDPC) do Porto, Marco Martins, destacou que no domingo, “só no distrito do Porto, 1.870 bombeiros estiveram no combate a 150 incêndios“.

Motivo que levou a um “pedido de ajuda externo”, frisou Marco Martins, notando que o distrito do Porto tem um efectivo de 3.100 homens para resolver todo o tipo de ocorrências, o que tornava complicada a renovação das equipas.

“A caminho” do Porto, está assim um “grupo de reforço de bombeiros vindos do Sul“, salienta o presidente do CDPC.

Activado Plano de Emergência em Viana do Castelo

Entretanto, no Alto Minho, a Comissão Distrital de Protecção Civil de Viana do Castelo accionou, na segunda-feira, o Plano Distrital de Emergência (PDE) “devido ao número de incêndios, ao esgotar dos meios de combate e às condições meteorológicas para os próximos dias”.

Dois aviões Canadair espanhóis apoiam os meios nacionais na zona de Viana do Castelo para reforçar o combate aos 11 incêndios em curso no distrito, revelou à Lusa o presidente da CDPC local, José Maria Costa.

O também presidente da Câmara de Viana do Castelo disse estarem “activos” no distrito 11 incêndios, combatidas por 501 operacionais e três meios aéreos (dois aviões em Ponte de Lima e um helicóptero pesado em Mezio, Arcos de Valdevez).

Os dois maiores incêndios no distrito de Aveiro, em Arouca e Águeda, estão a evoluir favoravelmente, ainda que no segundo haja “muito trabalho para fazer”, disseram à Lusa responsáveis da protecção civil e bombeiros.

Em Águeda, onde ao fim da tarde de segunda-feira o presidente da Câmara indicava que o fogo tinha “uma intensidade brutal”, a situação era hoje, pelas 04:45, “mais calma”.

Casas destruídas, 200 deslocados e um detido na Madeira

Na Madeira, foi accionado o plano de contingência regional e existem quatro frentes activas de incêndio em diversos pontos da ilha.

“Neste momento [cerca das 08:00] existem quatro frentes de fogo activas, no Funchal, Canhas (Ponta do Sol), Ponta do Sol e Campanário (Câmara de Lobos)”, disse o governante madeirense na conferência de imprensa para balanço da situação dos incêndios que lavram desde as 16 horas de segunda-feira.

“Não há vítimas mortais, nem feridos a registar”, acrescentou, mas referindo que foi necessário retirar mais de 200 pessoas das suas casas, que estão alojadas no Regimento de Guarnição n.º3 e outras 30 em diversas instituições.

Também por razões de precaução foram retiradas “mais de 200 doentes” do Hospital dos Marmeleiros e a Câmara do Funchal activou o Plano Municipal de Emergência da cidade.

Já terão ficado destruídas, pelo menos, seis casas devido a estes incêndios que lavram na Madeira e que estão também a afectar a circulação automóvel.

Entretanto, o alegado autor do incêndio que deflagrou nas serras de São Roque, no Funchal, foi detido e aguarda o primeiro interrogatório judicial, revelou fonte da Polícia Judiciária.

O homem, de 24 anos, “tem antecedentes criminais” por fogo posto, disse a fonte da PJ, acrescentando que já “foi entregue no serviço prisional da Cancela, na Camacha, pelas forças de segurança”.

GNR reforça patrulhamento nas florestas

No Algarve, o incêndio que deflagrou na segunda-feira em Silves está “dominado”, segundo o comandante operacional de socorro Richard Marques. Mas antes disso foi necessário evacuar casas e deslocar 49 pessoas devido à ameaça das chamas.

“Encontra-se dominado. Os trabalhos nocturnos surtiram o efeito desejado e foram ao encontro do planeado. Agora, as próximas horas vão ser cruciais para consolidar a extinção do fogo, que não deverá sair da área já afectada”, disse à Lusa o responsável.

A GNR decidiu, entretanto, reforçar o patrulhamento das florestas, face ao elevado número de fogos, sobretudo na região Norte, de forma a identificar e prevenir comportamentos de risco associados a incêndios, informou hoje a corporação, em comunicado.

Na nota de imprensa, a GNR lembra que “as actividades humanas, negligentes ou dolosas, constituem as principais causas dos incêndios florestais em Portugal”.

A GNR apela a “todas as pessoas” para que ajudem na prevenção e vigilância, “abstendo-se de praticarem actividades consideradas de risco, como a realização de fogo junto a áreas florestais”, ou “fornecendo informações aos militares” sobre acções que possam conduzir a incêndios.

ZAP / Lusa

12 Comments

  1. Que ponham os militares a ajudar. O que estão a fazer? NADA. Que façam algo pelos portugueses que não seja só comer e dormir e receber salario ao fim do mês.

  2. A esse vagabundo é cortar já o pescoço mas antes saber quem lhe pagava para os atear, sim porque é impossível tantos fogos serem naturais, interesses com fartura é o que mais existem nestes casos, e já agora fica aqui uma deixa ao estado, aproveitem a quem pagam rendimentos mínimos e que podem no inicio de Primavera ajudar a limpar as matas para nestas alturas não correr tão mal, pelo menos assim já ninguém pode apontar que nada querem fazer.
    Aviões e helicópteros comprem alguns que sai mais barato e deixem de dar mama a muitos assim como outras tantas coisas que leva gente sem escrúpulos e por dinheiro meterem em risco a vida de muita gente.

  3. Já que todos estamos a pagar, podiam organizar as pessoa do trabalho mínimo garantido para limpar as matas no inverno. Ou é preciso uma comissão parlamentar? Era uma boa oportunidade para o BE

  4. eu tenho um plano de prevenção dos incêndios que os evitaria na sua quase totalidade, daria emprego a muitas pessoas, movimenta todos os ministérios, promove o mercado local e contribui para a conservação da natureza
    .para o pôr em prática, já requererá os respectivos técnicos competentes.
    gostaria de o apresentar.
    com os meus cumprimentos,
    serafim falcão
    r.pe. américo, nº. 23,6º.b
    1600-864 lisboa
    telef. 966230351
    [email protected]
    enviado ao público,em 09 de agosto de 2016

  5. Os incêndios desde há muitos anos para cá que é um negócio toda a gente sabe, só que não interessa fazer o que quer que seja para acabar com os negócios que estão por trás .Tenho muita consideração e orgulho nos nossos BOMBEIROS que dão a vida para nos defender dessa corja de ladrões e vigaristas que estão a fumentar os incêndios.Tenho o meu filho no exército ele tem estado de prevenção para ir combater os incêndios só que até agora não foi chamado ele está pronto para ir ajudar os NOSSOS BOMBEIROS, eu como mãe acho que ele deve de ir uma vez que no juramento de bandeira ele jurou defender a PÁTRIA é isso que TODOS NÓS DEVEMOS DE FAZER.

    • Senhor Anastácio os militares estão há espera que ordens superiores os mandem para ajudar os bombeiros enquanto a ordem não for dada eles não podem sair dos quarteis , sei o que digo porque sou mãe de um militar que está pronto para ajudar nos incêndios.

  6. Todos oa anos a mesma trampa!
    Eu também tenho um plano para acabar, ou pelo menos diminuir drásticamente a ocorrencia destes incendios. Meter, quem atear os fogos, na fogueira. Bastava um ou dois e os outros “maluquinhos” com a mesma ideia, pensavam duas vezes… Cambada!

  7. Senhor Zé dos Nabos quando quiser mandar os vigaristas e ladrões para a fogueira conte comigo estou farta de tanto ladrão e vigarista, medida radical sim que não temos outra solução pelos vistos não.

  8. Senhor Bombeiro 58 eu como mãe de um militar no ativo concordo que TODOS DEVEM DE AJUDAR OS NOSSOS SOLDADOS DA PAZ calculo que devem de estar exaustos e precisam de TODA A AJUDA para quem se esqueceu faleceram no ano passado se não me falha a memória foram 6 BOMBEIROS, tenho muita pena das famílias que ficaram sem os seus familiares e amigos são estes bravos homens e mulheres que nos defendem mais uma vez digo mandem os militares ajudar os BRAVOS BOMBEIROS, falo pelo meu filho que está pronto para ajudar no que for preciso mas não depende da vontade dele mas sim dos superiores

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