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Um país de filhos únicos, de velhos e de pessoas sós. Para onde vais Portugal?

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No Dia Mundial da População, a PORDATA revela o retrato de Portugal, mostrando um país envelhecido, onde há cada vez mais pessoas sós. Além disso, é o país da União Europeia (UE) com a maior percentagem de casais só com um filho.

“Portugal é, a par da Itália, o país da UE com maior percentagem de população idosa, com quase o dobro dos idosos face aos jovens: são 186 idosos por cada 100 jovens”, nota a PORDATA.

“O nosso país é o segundo da UE com maior índice de envelhecimento e o quarto do mundo com maior proporção de população idosa”, aponta a base de dados. Há em Portugal, quase dois idosos por cada jovem, realça a PORDATA.

Portugal tem mais de 3 mil centenários

A população idosa em Portugal tem crescido mais de dois por cento ao ano, desde 2019, com o número de pessoas com 100 anos a ultrapassar as 3.000, revela ainda a base de dados no Dia Mundial da População.

Mais de 2,5 milhões de pessoas têm 65 anos ou mais.

“A população em Portugal está a envelhecer”, nota a plataforma de estatística, referindo que a idade mediana aumentou de 38,5 para 47 anos em duas décadas.

“O envelhecimento verifica-se ainda no número de indivíduos em idade activa por idoso: há 2,6 activos por cada idoso“, sublinha a PORDATA, notando que “há 20 anos, eram quatro por cada idoso”.

Mais jovens do que idosos só em 2 municípios

Apenas dois municípios têm mais jovens do que idosos, precisamente Lagoa e Ribeira Grande, nos Açores.

“Há 10 anos, havia 36 municípios portugueses com mais jovens por idosos”, refere ainda a PORDATA.

Um país de filhos únicos

Num país de velhos, há cada vez menos casais com filhos – “são quase mais 50 mil casais sem filhos do que em 2022″, destaca a PORDATA referindo-se a dados de 2023.

“Portugal tem hoje mais casais sem filhos, mais famílias monoparentais e mais famílias unipessoais”, realça a base de dados.

Entre os casais com filhos, 62% têm apenas um filho, um número acima dos 49% de média da UE. Mas é também a percentagem mais alta entre todos os países da UE, salienta a PORDATA com base em dados do Eurostat que abrangem crianças e jovens até aos 15 anos de idade.

É um país de ‘filhos únicos’: apenas 27% das famílias têm crianças e, entre estas, quase dois terços têm apenas um filho”, constata a base de dados.

Nos outros países comunitários, 13% das famílias com filhos têm três ou mais crianças, o dobro das famílias portuguesas (6%).

Portugueses estão “mais sozinhos”

Da análise dos dados ressalta também que os portugueses estão “mais sozinhos” – mais de um milhão de pessoas vive só, o que é um aumento de 28%.

Mais de metade destas pessoas que vivem sozinhas são idosas (55%) – cerca de 575 mil -, o que faz de Portugal “o quarto país da UE com maior percentagem de idosos a viver sozinhos só no total de pessoas que vivem nesta condição”, nota a PORDATA.

Recorde de habitantes graças aos imigrantes

Os imigrantes têm contribuído para o aumento do número de residentes em Portugal, e em 2023, bateu-se mesmo um recorde, com 10,6 milhões de pessoas.

A população residente em Portugal continua a crescer e nos 308 concelhos do país, 252 conquistaram mais residentes, embora se tenham verificado mais nascimentos do que mortes em apenas 17 deles.

Os casamentos celebrados entre estrangeiros quase duplicaram na última década, passando de 767 em 2013, para 2.163 em 2023.

Já as celebrações de casamentos entre portugueses e estrangeiros aumentaram três pontos percentuais, representando 15% dos matrimónios no período em análise, num total de 5.409 em 2023.

Os saldos migratórios quase duplicaram nos últimos dois anos.

ZAP // Lusa

15 Comments

  1. Salários baixos, sem possibilidades de comprar casa a preços normais, sem creches e escolas na área de residencia, se dessem aos Portugueses as facilidades que dão aos estrangeiros, certamente havia mais crianças portuguesas!!!!!

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  2. A falta de apoios sociais, como por exemplo a falta de creches para os filhos da classe média a retirada do abono de família que também foi retirada à classe média e outros apoios sociais fez com que baixasse a natalidade em Portugal. Só tem abonos quem não trabalha que recebem dinheiro por cada filho e não é pouco.

  3. Ser un Pai e uma Mãe , responsáveis , implica poder proporcionar qualidade Educativa e Material aos Filhos e Filhas . As dificuldades Económicas , que casais “responsáveis” enfrentam , não permitem de ter rebentos . Para outras (Pessoas) conceber un ou mais Filhos , torna-se um meio de serem subsidiados , ou seja representam essencialmente ” un valor económico ” , para essas Pessoas , a qualidade de Vida proporcionada as Crianças e seu Desenvolvimento , não são a principal preocupação . Casos de precariedade que essas Crianças sofrem , não faltam , infelizmente ; e não acontece só em Portugal !

  4. com creches a custarem 400-500-600€ por cada criança …
    com os avós a terem de trabalhar cada vez até mais tarde …
    com a maioria do população a ganhar abaixo dos 1000€ …
    claro que é dificil ter mais filhos !

  5. Não há dinheiro para ter filhos!! Está explicado…

    Querem o quê? Que os casais tragam filhos para a miséria, sem qualquer perspetiva de futuro? Para serem criados de servir dos que podem mandar 6 filhos para a faculdade e ainda dar um empurrãozinho no inicio de vida?

    O Tuga está farto!

  6. Na verdade a culpa disto tudo é dos Portugueses que continuam a votar no ESTRUME (se fosse isso ainda dava para a agricultura, mas nem para isso servem os nosso ilustres governantes)… Desculpem… na LIXEIRA que nos governou nos últimos 50 anos!

  7. Quando os governantes abrirem a pestana será tarde.
    Como é possível que um agregado familiar com rendimento mensal de 816€ e que tenha 1 filho, perca o direito ao abono de família a partir do momento que a criança faz 6 anos?
    Portugal deixou de ser viável para os portugueses…

  8. É o retrato vivo de um país com baixas condições económicas, mas revela também grande racionalidade e inteligência na escolha por não ter filhos, evitando que novas crianças cresçam sem recursos.
    Face ao extraordinário desequilíbrio entre o impacto da atividade do homem e o estado da natureza e a cada vez maior desigualdade de rendimentos, parece que o português deixou de cair na esparrela do “crescei e multiplicai-vos”.

  9. Não faz mal!
    Uma vez que os sucessivos governos preferem não investir em estratégias de natalidade claras e rejuvenescer a população portuguesa depois preferem compensar com imigrantes em massa que por sua vez trazem os seus filhos, primos e afins.

  10. Não é verdade sobre a pobreza em Portugal, o que há é miséria ou seja a miséria são aqueles que podemos dar, ajudar que eles destroem tudo na mesma eu sou testemunha disso, em relação a pobreza vamos ver porque os sem abrigo estão em cidades grandes, porque eles não vão para as nossas aldeias? toda as pessoas dão de comer, umas batatas couves alhos cebolas, até nas estradas podemos agarrar laranjas ou outros, mas é melhor sentados a pedir esmolas nas cidades muitas pessoas aglomeradas. Para terminar eu tenho dois filhos e não sou rico trabalho com a minha mulher e não andamos a queixar mas sim trabalhar, os nossos pais tinham 3/4 filhos nos anos 70/80 e ninguém passava fome, sabem porque, porque não havia tantas coisas como hoje para passear, e hoje os casais querem é borga e na vez de ter mais de um filho, preferem unhas longas, vaidades em que não podem cozinhar nem limpar o olho, e homens que na vez de fazer horas extras querem é ir embora ás horas certinhas e não peçam para fazer horas, imigrem e depois falem comigo.

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  11. Nem mais!!!
    Para mim, a minha esposa e dois filhos, Portugal deixou de ser viável há mais de 10 anos…. ter 2 filhos, pagar despesas de educação para os dois, ter de pagar um empréstimo, manutenção de uma viatura, e outras demais coisas verdadeiramente indispensáveis a uma família, e no final tentar viver uma vida “normal” sem passar 365 dias por ano a pensar como fazer o salário dar para tudo, é esgotante, triste, desanimador, e como alguém referiu, andamos há 50 anos a votar em quê… ou para o quê??…

  12. Qual é a surpresa?

    Num país em que o dinheiro dos contribuintes é utilizado para pagar a vida luxuosa dos nossos políticos.

    Tudo o que é descontado não é gasto com os contribuintes.
    Se o dinheiro fosse usado para dar qualidade de vida e segurança, garantidamente os portugueses teriam mais filhos.

    Temos de tirar o chapéu ao português que decide ter um filho porque é uma aventura em Portugal.

    Os imigrantes são os que têem filhos em Portugal. Infelizmente tenho de concordar com este comentário.
    Pois esses é que recebem todos os apoios e mais alguns. Sem descontar um cêntimo

  13. Agenda 2030 a ser cumprida, exemplarmente, por Portugal! Mais idosos do que jovens, vamos no caminho certo. Agenda 2030!

  14. Salários baixos, classe média em extinção pois os SM está quase igual, sem possibilidades de comprar casa a preços normais, sem creches e escolas públicas na área de residência, sem abonos de família, … Em vez de darem incentivos aos portugueses dão aos estrangeiros, do que estão à espera? Para pôr os filhos a estudar fica caro .

  15. Dados oficiais da revista Diáspora Lusitana já dão conta de 15 milhões de portugueses lá fora emigrados contra apenas 10 milhões em Portugal. Isto mostra bem que Portugal é um país sem interesse.

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