Discriminação pode acelerar envelhecimento

As vitimas de discriminação correm um risco acrescido de sofrer uma série de problemas de saúde, incluindo doenças cardíacas, tensão arterial elevada e depressão.

Os fatores biológicos que conduzem a estes maus resultados em termos de saúde não estão totalmente conhecidos, mas a ativação crónica da resposta do corpo ao stress é um fator que provavelmente contribui para isso.

Segundo o estudo publicado esta quinta-feira na Brain, Behavior & Immunity Health, foram analisadas três medidas de metilação do ADN, um marcador que pode ser utilizado para avaliar os impactos biológicos do stress e do processo de envelhecimento.

Foram recolhidas amostras de sangue e inquéritos de cerca de 2000 adultos americanos no âmbito do estudo Midlife in the United States, uma análise longitudinal da saúde e bem-estar.

Os participantes foram questionados sobre as suas experiências com três formas de discriminação: quotidiana, grave e no local de trabalho.

Com a investigação, foi descoberto que o problema estava associada ao envelhecimento biológico, com as pessoas que relataram esses casos a envelhecerem mais rápido do ponto de vista biológico, em comparação com as que não sofriam.

Uma análise mais aprofundada mostrou que dois fatores de saúde, o tabagismo e o índice de massa corporal, explicavam cerca de metade da associação entre discriminação e envelhecimento, sugerindo que outras respostas ao stress provocado pela discriminação, como o aumento do cortisol e a falta de sono, estão a contribuir para o envelhecimento acelerado.

“Embora os comportamentos de saúde expliquem em parte estas disparidades, é provável que esteja em jogo uma série de processos que ligam os fatores de stress psicossocial ao envelhecimento biológico”, explica Adolfo Cuevas, professor na NYU School of Global Public Health e primeiro autor do estudo, em comunicado da universidade.

Os participantes brancos, que referiam menos discriminação, eram mais suscetíveis aos impactos do problema, talvez devido a uma exposição menos frequente e a menos estratégias de resposta.

“Estes resultados sublinham a importância de abordar todas as formas de discriminação para apoiar o envelhecimento saudável e promover a equidade na saúde”, conclui Cuevas.

Soraia Ferreira,ZAP //

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