ADN e Ergue-te tiveram quase 90 mil votos. Outras contas das legislativas

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Rodrigo Antunes / LUSA

A porta-voz do Alternativa Democrática Nacional (ADN), Joana Amaral Dias, e o presidente do ADN, Bruno Fialho

Quase 80 mil votos para Joana Amaral Dias, quase os mesmos do PAN. As quedas de R.I.R. e Nova Direita, e o grande tombo do MPT.

As eleições legislativas 2025 tiveram destaques óbvios: AD ganhou, PS e BE desceram muito, Chega deve passar a ser o segundo partido com mais deputados.

Mas, mais cá para baixo, muito mais cá para baixo, há outras contas interessantes a fazer, que quase passaram ao lado dos eleitores por causa do “terramoto político” que se verificou no domingo passado.

O ADN – Alternativa Democrática Nacional foi o partido com mais votos, entre os que não conseguiram qualquer deputado. Teve praticamente 79 mil votos, pouco menos do que os 81 mil do PAN – que elegeu Inês de Sousa Real, ao contrário de Joana Amaral Dias.

Já tinha acontecido no ano passado. Em 2024 o ADN também foi o partido com mais votos, dos que não têm assento parlamentar. Na altura com 100 mil votos.

Mas, no ano passado, associou-se muito estes números à alegada confusão entre AD e ADN, já que “AD” não aparecia nos boletins de voto.

Desta vez, AD apareceu nos boletins: “Este resultado desfaz todas as dúvidas acerca da ideia de que os votos no ADN eram por engano”, disse o presidente do partido, Bruno Fialho.

Mesmo assim, é uma subida que mais nenhum partido teve: eram 11 mil votos nas legislativas de 2022. Agora são 7 vezes mais.

Os outros

Mesmo tendo descido mais de 21 mil votos em relação ao ano passado, o ADN consegue novamente subvenção partidária. Ou tem direito a pedi-la. Isto porque conseguiu 50 mil votos, o mínimo exigido pela lei de financiamento dos partidos.

É o único dos “pequenos” que consegue essa subvenção: o segundo partido mais votado neste contexto foi o Reagir Incluir Reciclar (R.I.R.) que se ficou pelos 13 mil votos. É uma grande queda, face aos 25 mil do ano passado.

Um pouco mais abaixo seguem-se dois partidos quase empatados: Volt Portugal e PCTP/MRPP, ambos com praticamente 11 mil votos. O Volt teve um resultado quase igual a 2024, mas o PCTP/MRPP desceu muito, caindo 4 mil votos.

Depois, surge o Ergue-te. O partido de extrema-direita subiu muito face aos 5 mil votos do ano passado, surgindo agora com quase 9 mil votos.

O que significa que, juntos, ADN e Ergue-te tiveram praticamente 88 mil votos. É mais do que o PAN conseguiu, por exemplo.

O Nova Direita caiu muito. Teve pouco mais de metade dos 14 mil votos do ano passado: agora ficou-se pelos 8 mil.

No 7.º lugar deste “campeonato” surge um estreante: o PLS – Partido Liberal Social. Teve 6 mil votos.

O PPM, como não estava dentro da AD, deu um “salto” de 451 votos para 5 mil.

O Nós, Cidadãos! subiu: teve quase 3 mil votos, quando tinha menos de 2 mil no ano passado.

Quase no fundo, a maior queda de todas, a do MPT – Partido da Terra. Em 2024, na altura integrado na coligação Alternativa 21 (com o Aliança), teve 4 mil votos. Agora ficou-se pelos 471 votos.

O partido menos votado, e igualmente com uma queda significativa, foi desta vez o PTP – Partido Trabalhista Português. Teve só 421 votos. No ano passado chegou aos 2 mil votos.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

3 Comments

  1. Na minha freguesia o ADN teve tantos votos como a CDU. Mas as pessoas notaram que terá havido engano de vários desses eleitores pensando que estavam a votar na AD.

  2. O ADN teve sensivelmente o mesmo número de votos que o PAN. Só que esses votos foram obtidos, por confusão do eleitor, em todo o território. Se fossem concentrados num só distrito, como o PAN, teriam pelo menos um deputado. Esta situação tem que ser revista no futuro. AD é uma sigla muito mais antiga que ADN. Esta última terá que ser alterada.

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