Portugal é o terceiro país da Zona Euro que paga menos por depósitos. Portugueses procuram melhores alternativas.
Esta segunda-feira, o Banco de Portugal revelou que o stock de depósitos dos bancos que operam em Portugal diminuiu 8 mil milhões de euros desde o início do ano.
De acordo com o Jornal de Notícias, é uma perda média de 67 milhões de euros por dia, entre janeiro e abril.
Ou seja, estão a sair dos bancos 67 milhões de euros por dia, o que demonstra que os depósitos não são atrativos para o portugueses.
A taxa de juro média dos depósitos subiu para 1,03% em – a mais elevada desde março de 2015, superando pela primeira vez a fasquia de 1% em oito anos.
Segundo o Banco de Portugal, em abril havia 174 mil milhões de euros depositados nos bancos portugueses – um valor que está, agora, a descer ao ritmo de 67 milhões de euros por dia.
Amortizar crédito, financiar investimentos, comprar certificados de aforro – levantar dinheiro com um destes propósitos parece ser mais atrativo do que a taxa – 1,03% em abril – com que os bancos renumeram os depósitos.
O peso dos certificados de aforro
Ao Jornal de Notícias, o economista da Deco Proteste, António Ribeiro, diz que a série E dos certificados de aforro, com que o Governo decidiu acabar na sexta-feira, “exercia alguma pressão” sobre os bancos.
A série E – que tinha taxa base de 3,5% – era mais atrativa para os clientes “e por isso é que estava a sair muito dinheiro”, prejudicando os bancos, que se viram obrigados a subir as taxas de depósitos, explicou o economista.
A nova série F – com condições menos vantajosas para os clientes em relação à anterior – “veio refrear um pouco” essa tendência, uma vez que remunera com uma taxa base de 2,5%.
A taxa anual líquida passou, assim, de 3,1% para 2,4%, verificando-se “aqui um corte significativo“, repara António Ribeiro.
Uma taxa que tem em conta o prémio de permanência – 0,25% entre o segundo e o quinto ano, atingindo os 1,75% sobre a taxa-base, nos dois últimos anos.