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Certificados de aforro: regras mudam hoje. “Mudança brusca que dá muito jeito à banca”

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ZAP // André Kosters / Lusa; IGCP

Condições não serão “tão boas” como até aqui. Bancos também podem negociar certificados de aforro.

As regras nos certificados de aforro mudam nesta segunda-feira, depois da aprovação do Governo, há três dias.

Pedro Sousa Carvalho resumiu na Antena 1: os certificados de aforro “já não vão ter condições tão boas como até aqui”.

A diferença que se destaca na nova série F é o tecto máximo para o juro: paga-se no máximo 2,5%, quando o máximo até ontem era 3,5%. Ou seja, desce 40%.

O comentador Pedro Sousa Carvalho lembra que os certificados de aforro têm duas funções principais.

A primeira é financiar o Estado. Aí, “do ponto de vista da boa gestão do dinheiro público, descer para 3,5% é uma decisão racional“.

A segunda função é incentivar poupanças dos portugueses. Neste aspecto, “percebe-se a revolta dos portugueses mas percebe-se também que o Estado tem fazer uma gestão eficiente do seu financiamento”.

Aliás, o Governo já tinha justificado esta decisão como uma medida que faz parte de “uma correcta gestão da dívida pública“.

O prazo também muda: era de 10 anos na série E e passa a ser de 15 anos na Série F. Ou seja, as poupanças podem ser mantidas durante 15 anos – e mantém-se a possibilidade de resgate após três meses.

No entanto, sublinha o Jornal de Negócios, o prémio de permanência é ajustado: 0,25% do segundo ao quinto ano (era 0,5%), 0,50% do sexto ao nono ano (era 1% a partir do sexto ano e 1,75% nos últimos dois anos), 1% nos décimo e décimo primeiro anos, 1,50% nos décimo segundo e décimo terceiro anos.

O valor mínimo de investimento também muda. O mínimo de 100 euros mantém-se para quem abre uma subscrição mas quem reforça um investimento já existente só precisa de 10 euros. O valor máximo também é diferente: passa para 50 mil euros.

Os bancos também entram neste sistema: os certificados de aforro podem ser subscritos nos balcões dos bancos a partir desta segunda-feira.

Mesmo assim, e comparando precisamente com depósitos nos bancos, Pedro Sousa Carvalho considera que “continua a compensar mais ter certificados de aforro do que depósitos a prazo nos bancos“.

José Gomes Ferreira, na SIC Notícias, acrescenta uma perspectiva: “Os portugueses vêm isto como uma mudança brusca – e de facto é. E estas alterações dão muito jeito à banca“.

Já o PSD, através de António Leitão Amaro, analisou esta alteração nos certificados de aforro: “Confirma que o Governo está a acabar com a classe média. O Governo anda a reboque dos bancos”.

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