Defesa de Orlando Figueira abre processo-crime contra Proença de Carvalho

Mário Cruz / Lusa

O arguido e ex-procurador do Ministério Público Orlando Figueira, à chegada para julgamento da Operação Fizz.

A defesa do ex-procurador do Ministério Público, em julgamento no processo Operação Fizz, pediu esta quinta-feira a abertura de um procedimento criminal contra o advogado Proença de Carvalho, alegando falsidade de testemunho.

Após uma acareação entre o ex-procurador do Ministério Público e a testemunha, por contradições entre depoimentos, que não serviu para esclarecer as incongruências dado que ambos mantiveram as declarações, a defesa de Orlando Figueira considerou que Proença de Carvalho mentiu e pediu para que fosse aberto um procedimento criminal.

A advogada Carla Marinho também pediu que fossem entregues ao tribunal as faturas de pagamento dos honorários do primeiro advogado de Orlando Figueira, Paulo Sá e Cunha, a quem o arguido diz ter pago dez mil euros, adiantando que o restante seria pago pelo banqueiro Carlos Silva, por intermédio de Proença de Carvalho, versão que a testemunha negou.

O ex-procurador disse, durante a acareação, que Paulo Sá e Cunha deveria ser chamado a testemunhar para confirmar uma reunião tida em 14 setembro de 2017 na presença de Proença de Carvalho, versão desmentida por este.

Orlando Figueira, detido em fevereiro de 2016, foi libertado, no passado dia 21 de março, depois de um ano e meio de prisão domiciliária. Além dele, estão em julgamento o advogado Paulo Blanco (mandatário do Estado angolano em diversos processos judicias) e Armindo Pires, amigo de longa data e homem de confiança do ex-vice angolano.

Em causa está o facto de, em 2012, o ex-procurador ter deixado o MP para ir trabalhar para o banco BCP, com capital acionista angolano, e para o Banco Privado Atlântico. Para os investigadores que agora o investigam, os empregos eram fictícios, servindo apenas de alibi para o pagamento de luvas em troca do arquivamento de uma investigação a Manuel Vicente. Ao todo, o arguido recebeu 760 mil euros pelos favores que prestou.

ZAP // Lusa

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