Só há um país da UE que está a perder cidadãos na guerra na Ucrânia

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Patrick Seeger / EPA

O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán

É a Hungria, segundo Viktor Orbán. Primeiro-ministro espera que Meloni e Le Pen cheguem a um acordo para “renascer a direita” na Europa.

Viktor Orbán tem rejeitado a ideia de que a Hungria não apoia a Ucrânia na guerra com a Rússia.

O primeiro-ministro húngaro lembra que este conflito não é “uma guerra qualquer” porque a Hungria faz fronteira com a Ucrânia.

E, por isso, há cidadãos húngaros da minoria magiar na Ucrânia “que lutam com o exército ucraniano e perdem a vida”.

Somos o único país da União Europeia cujos cidadãos perdem a vida na Ucrânia“, lamentou Orbán, em entrevista ao Il Giornale.

Orbán não tem dúvidas de que foi a Rússia a iniciar a guerra. “Mas devemos perguntar-nos: como é que vamos agir? Estamos numa encruzilhada: ou isolar o conflito e encontrar um caminho diplomático, ou aprofundar a guerra”.

“Se permitirmos que a Ucrânia ataque a Rússia com as armas que a Itália também fornece, haverá consequências com uma forte reacção russa e o risco de envolvimento da NATO estará a um passo de distância”, avisou.

O primeiro-ministro da Hungria acha que a União Europeia tem falhado na estratégia táctica para a guerra: “Não percebemos que estamos a brincar com fogo”.

“A ideia da União Europeia nasceu num projecto de paz. Depois da II Guerra Mundial, a Europa percebeu que não sobreviveria a outra guerra. Deveríamos perguntar-nos qual é o interesse estratégico da Europa e apelar a um cessar-fogo. Tudo isto está errado e a opinião pública quer a paz, não a guerra. Isto não é um jogo político”, analisou.

Orbán acha que a Europa, neste caso a Comissão Europeia, também falhou na imigração: “Não conseguiu encontrar uma solução que não fosse a hipótese de quotas de imigrantes a gerir entre os países europeus. Mas isso, além de eu discordar totalmente, não resolve o problema da imigração. Devemos resolvê-lo de uma vez por todas”.

O primeiro-ministro não esconde a estratégia do seu país: “A Hungria diz não à imigração, ponto final. A nossa posição é simples: somos uma população de 10 milhões de habitantes, queremos manter a nossa identidade e o nosso sistema de segurança social estável. Defendo as fronteiras do nosso país porque a minha tarefa, como chefe de governo, é proteger os húngaros”, justificou.

Orbán, sendo cristão, sente-se “mal” sempre que vê os imigrantes do Norte de África a sofrer. “Mas dizer que a solução para os seus problemas é vir para a Europa é mentir“, avisou.

Em relação às eleições europeias, Viktor Orbán espera “fortalecer a democracia e ter uma nova maioria de direita”.

E também espera outra coisa: um acordo entre Marine Le Pen e Giorgia Meloni. “Precisamos de um renascimento da direita na Europa, temos uma oportunidade histórica para mudar a maioria. Os partidos de direita devem colaborar, estamos nas mãos de duas mulheres que devem chegar a um acordo”, esclareceu.

ZAP //

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  1. “Tudo isto está errado e a opinião pública quer a paz, não a guerra. Isto não é um jogo político”, analisou.”

    De todos vocês sem exceção

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