A posição venezuelana venceu, esta quinta-feira, o Prémio Sakharov 2017 “pela coragem demonstrada por estudantes e políticos na luta pela liberdade”, anunciou o Parlamento Europeu (PE).
A decisão foi tomada, esta quinta-feira, em conferência de presidentes do Parlamento Europeu, tendo a candidatura da oposição venezuelana ao Prémio Sakharov – que celebra a liberdade de pensamento – sido apresentada pelos grupos do Partido Popular Europeu (PPE) e Liberal (ALDE).
Fontes do PE confirmaram à agência EFE que a oposição venezuelana, representada pela Assembleia Nacional e o seu presidente, Julio Borges, e pelos dirigentes opositores Leopoldo López e Antonio Ledezma, impôs-se aos outros dois finalistas: a ativista guatemalteca pelos direitos humanos Aura Lolita Chávez Ixcaquic e o jornalista Dawit Isaak, preso em 2001 na Eritreia.
Na candidatura figuram ainda dirigentes como Daniel Ceballos, Yon Goicoechea, Lorent Saleh, Alfredo Ramos e Andrea González, considerados “presos políticos” pelo Parlamento Europeu.
O eurodeputado do espanhol PP, José Ignacio Salafranca, afirmou que se trata de um “gesto de alto valor simbólico” que “contribuirá para restaurar a liberdade, a democracia, a paz e os direitos humanos na Venezuela”.
O PPE advogou pela oposição venezuelana por representar, segundo apontou Salafranca em comunicado, “um grupo de homens e mulheres valentes que não têm medo, que não se rendem, que fustigados, golpeados, presos ou inabilitados lutam pela sua liberdade e pela sua dignidade”.
No ALDE, a eurodeputada Beatriz Becerra felicitou os premiados e considerou que “este reconhecimento vai encorajar os venezuelanos a continuar com a sua defesa pacífica e exemplar da liberdade e do Estado de direito” frente aos “abusos” de Nicolás Maduro.
“Agora é mais importante do que nunca que permaneçam unidos e que não se rendam às manipulações e abusos do ditador Maduro”, afirmou.
Para Becerra, o Sakharov é “uma ferramenta de ativismo político”. “Significa que os cidadãos europeus, representados no seu Parlamento, dão o seu apoio à causa de uma Venezuela livre e democrática“, acrescentou.
O prémio, no valor de 50 mil euros, é concedido anualmente pelo Parlamento Europeu desde 1988 como reconhecimento a personalidades ou grupos que lutam pelos direitos humanos e as liberdades fundamentais. Será entregue numa cerimónia em Estrasburgo, França, no dia 13 de dezembro.
No ano passado, o prémio foi para Nadia Murad Basi Taha e Lamiya Ayi Bashar, duas ativistas da comunidade yazidi do Iraque, escravizadas sexualmente pelo autoproclamado Estado Islâmico durante vários meses.
ZAP // EFE