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Oposição tenta travar nomeação de Vítor Fernandes para o Banco de Fomento

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António Cotrim / Lusa

Bloco de Esquerda, PSD, Iniciativa Liberal e Chega criticaram a nomeação de Vítor Fernandes para o Banco de Fomento. O ex-gestor do Novo Banco é apontado como “ajudante” de Luís Filipe Vieira.

Este domingo, a coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, criticou o Governo por nomear Vítor Fernandes para a liderança do Banco do Fomento, lembrando as alegadas ligações do responsável ao presidente suspenso do Benfica, Luís Filipe Vieira.

“Podem dizer que não sabiam desta ligação entre Vítor Fernandes e Luís Filipe Vieira, mas o Bloco de Esquerda já tinha dito no Parlamento que era muito estranho nomear-se para o Banco do Fomento alguém que esteve nas administrações da Caixa Geral de Depósitos, com Santos Silva, com empréstimos nunca explicados para que se comprassem ações do BCP a Joe Berardo”, disse.

A bloquista considera “inaceitável” a entrega do mecanismo de recuperação da economia e do emprego “a alguém que está ligado a escândalos bancários sucessivos”.

Já o PSD, numa nota da distrital do Porto publicada no Facebook, lembra que “à mulher de César não basta ser honesta, deve parecer honesta”.

“Vítor Fernandes não tem condições para gerir fundos do PRR.” Como será o Banco de Fomento a gerir parte da bazuca, o PSD aponta o dedo ao Governo por ter nomeado alguém cujo nome está envolvido na recente operação Cartão Vermelho.

A Iniciativa Liberal também defendeu, este domingo, que Vítor Fernandes não tem condições para desempenhar as funções de presidente do conselho de administração do Banco de Fomento.

“Face aos desenvolvimentos das últimas semanas, a Iniciativa Liberal considera que não existem quaisquer condições para que o chairman escolhido pelo Governo para o recém-criado Banco de Fomento possa desempenhar tais funções”, lê-se numa nota enviada à Lusa.

“Adicionalmente, o facto de aparecer agora associado, no processo Cartão Vermelho, a relações de grande proximidade com Luís Filipe Vieira, fragiliza irremediavelmente a sua posição e compromete qualquer possibilidade de continuidade”, argumenta ainda o partido.

Da mesma forma, o Chega defendeu que o banqueiro “não tem condições” para liderar o Banco de Fomento, lembrando as ligações a Luís Filipe Vieira e a Armando Vara e o “interesse público” desta entidade financeira.

O Ministério Público calcula que a Imosteps, empresa de Vieira, causou perdas de 45,6 milhões de euros ao Novo Banco entre 2017 e 2019, compensadas depois pelo Fundo de Resolução.

A investigação aponta para indícios de que o então administrador do Novo Banco terá advertido Vieira – atualmente indiciado por abuso de confiança, burla qualificada, falsificação de documentos, branqueamento de capitais, fraude fiscal e abuso de informação – de forma a não comprar a dívida da Imosteps com as garantias pessoais que lhe estavam associadas.

ZAP // Lusa

6 Comments

  1. A serem verdade, as suspeitas que lhe são assacadas, não vejo senão, uma preparação para que os dinheiros que aí veem da “Bazuca”, irem direitinho a outros comilões como os que neste momento têm sido rteferidos nas notícias diárias. Se isto é uma democracia, acho que precisamos de um novo 25 de abril e com condenações aos que estão a escapar entre escandalos sucessivos. Atrevo-me a dizer; fazer como o célebre operacional do copcon referiu; colocá-los no campo pequeno e fuzila-los.

  2. Começa a ser quase impossivel arranjar alguem para ministro e orgaos dependentes do Governo, com ou sem razao, nao sei se isto quer dizer que a democracia está no fim, já nao só criticam elementos afetos ao PS como tambem a outros Partidos, ou mesmo independentes, basta ser alguem nomeado por este governo, mesmo quando dá um tacho a alguem da oposição, como nao me parece que possa existir democracia com exclusao do maior partido nacional. nem encontro ninguem mais capaz,ou mais honesto da banda que tem criticado os elementos nomeados pelo governo.

    • Portugal precisava de um homem de estado, mas se houvesse algum por aí os partidos políticos não descansavam enquanto não dessem cabo dele. Um homem de estado iria arruinar os políticos, e isso não é admissível…

  3. Então o Novo Banco nasceu como salvador e acabou tão ou mais malandro do que o pai BES? E agora pergunto, se é verdade que este senhor fez as trafulhices que lhe são apontadas por que razão anda à solta? E por que razão o governo enfia milhares de milhões de euros nesse dito Banco de mão beijada sem se importar saber a razão dessa “necessidade”? Afinal parece andar por aí muita gente à solta que deveriam estar atrás das grades e andam por aí a sacar o dinheiro dos nossos impostos que tanta falta fazem para o desenvolvimento do país e do bem-estar dos cidadãos.

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