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ONU acusa Maduro de cometer graves crimes. Caracas diz que relatório “está infestado de falsidades”

(h) Miraflores Press / EPA

O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro

Os investigadores de uma missão internacional da ONU acusaram, na quarta-feira, o Presidente venezuelano Nicolás Maduro e os seus ministros de envolvimento em graves crimes cometidos pelas forças de segurança do país. O ministro dos Negócios Estrangeiros já respondeu às acusações do relatório.

A equipa de investigadores afirma ter detetado provas de crimes contra a humanidade, e indicou possuir “bons motivos para pensar que o Presidente” e os ministros do Interior e da Defesa “ordenaram ou contribuíram para ordenar crimes concretizados”, indicou em comunicado a jurista portuguesa Marta Valiñas, que dirige a equipa de investigadores.

Alguns destes crimes, “incluindo mortes arbitrárias e o uso sistemático da tortura, inserem-se no âmbito de crimes contra a humanidade”, afirmou.

“Estes atos estão longe de ser isolados, estes crimes foram coordenados e cometidos em nome de ordens do Estado em conhecimento de causa e com o apoio direto de oficiais superiores e altos responsáveis do Governo”, pode ler-se no relatório.

Segundo o relatório, as graves violações de direitos humanos denunciadas pela equipa de investigadores foram perpetradas em operações realizadas por todos os organismos de segurança estatal na Venezuela.

Os investigadores referem ter recolhido provas de que as autoridades tinham conhecimento dos crimes cometidos desde 2014 até ao presente, e que contribuíram para a execução das políticas e planos que adotaram.

O relatório, que será apresentado na próxima semana no Conselho de direitos humanos da ONU“, refere que “as autoridades forneceram uma ajuda essencial, incluindo material, logística e em recursos humanos, que era necessária para as operações de segurança e informação que resultaram na concretização dos crimes”.

Os investigadores pediram às autoridades venezuelanas para procederem no imediato a “inquéritos independentes, imparciais e transparentes”.

Entretanto o ministro dos Negócios Estrangeiros da Venezuela já respondeu às acusações explícitas no relatório das Nações Unidas, dizendo que este documento está “infestado de falsidades” e foi elaborado por uma “missão fantasma”.

O governante da Venezuela acrescentou que o relatório “ilustra a prática perversa” da ONU de “fazer política com os direitos humanos e não política de direitos humanos”.

A oposição da Venezuela considerou que o relatório da Missão Internacional de Investigação designada pela ONU, que acusa o Governo de crimes contra a humanidade, é “um passo muito importante” para determinar responsabilidades.

“É um passo muito importante o que sucedeu, que uma missão independente determine que na Venezuela a violação dos direitos humanos é uma política de Estado”, disse à agência noticiosa Efe o deputado da oposição Miguel Pizarro.

ZAP // Lusa

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